quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura e me levará para si. Sl 49:15


Quem nunca pensou na morte? Quem nunca se preocupou com ela? Há quem diga que a morte é a única fila em que todos querem ficar por último. A morte também foi um tema de discussões, preocupações e anseios dos salmistas. Ao longo dos cento e cinquenta salmos, sempre vemos esse assunto aparecer, não como algo a ser evitado como muitas vezes falamos, “morte? Não quero nem pensar nisso, vamos mudar de assunto?”
            Os salmistas falavam e pensavam na morte, não como algo de todo ruim, mas como esperança do mundo vindouro. Morrer não era somente deixar família, bens ou sonhos, tinha um significado maior e especial para os que criam fielmente em Deus. Morrer para os salmistas não era simplesmente o fim, mas o início de uma nova vida, mas agora para sempre com Deus.
            A esperança nutrida pelos salmistas deve ser nossa esperança, que mesmo na morte eles aguardavam pela intervenção de Deus. A sepultura não nos separará de Deus, pelo contrário, Ele nos levará para si. Quando descobrimos e cremos nisso, nossa vida ganha sentido, pois não viveremos apenas para essa vida, apenas para o deleite nessa terra. Nossa história ganhará mais um capítulo, mas desta vez sem lágrimas, sem dor, sem sofrimento ou quaisquer sentimentos que aflijam nosso coração. Para nós que cremos em Deus significa apenas uma etapa cumprida em nossa existência, para nos eternizarmos juntamente com o pai, para nunca mais ficarmos longe Dele.
            A morte para o cristão não é um problema, mas a solução e fim de toda dor. Esperamos ansiosamente pelo dia que estaremos para sempre com Ele, isto é, no tempo Dele, logo não queira adiantar isso.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Quando um pastor se mata, é porque ele já morreu há muito tempo!

Esses dias foi noticiado mais um suicídio de Pastor, desta vez no interior de MG. Só os que eu sei, do final do ano pra cá, quatro pastores e duas pastoras tiraram suas vidas. Talvez haja mais casos, talvez seja o sei lá o que, e por que esses casos tão pertos uns dos outros, tanto no tempo quanto no espaço.
            Esse texto não será mais um “textão” para falar mais do mesmo, para achar culpados ou inocentes, para perguntar se quem se suicida vai pro céu ou inferno, ou porque quem tira a vida é covarde etc..
            Quero falar dos líderes que morrem em vida, que morrem no pleno exercício da sua função. Morreram não fisicamente, mas morreram seus sonhos, seus projetos, seu ânimo. Por que alguns líderes depois de servirem tanto tempo, depois de tantas conquistas e sonhos, acabam morrendo ministerialmente? O que está matando os pastores(as) em vida?
            Eu gostaria de ter as respostas, mas não as tenho. Gostaria de ter uma palavra para aqueles que estão morrendo em seus púlpitos, gostaria de motivar os líderes que desistiram dos seus liderados. Eu queria poder explicar quando me perguntam, “mas ele não era pastor? Então por que se matou”?
            Eu imagino, que quando um líder se mata, é porque ele já morreu há muito tempo, mas nem sempre os sinais são percebidos. Um dos primeiros sinais de um líder que morreu ministerialmente é a desmotivação. Perde o ânimo, perde a graça, a alegria, a paixão de servir. A desmotivação é tão grande que ele não sente mais vontade de ir aos cultos, de visitar as ovelhas, de preparar um sermão, de manter uma vida devocional. Ele vê a igreja como uma obrigação, o culto se tornou um fardo pra ele, não se empolga mais em fazer o que amava mais fazer.
            Outro sinal de que o líder morreu ministerialmente, é que ele deixa de sonhar. Ele já não tem mais objetivos, metas, planos. Tanto faz como está, ele empurrará com a barriga o que ele está fazendo. Não se preocupa mais em atingir os objetivos lançados no início ou meio do ministério, pra ele agora tanto faz, como está tá bom, até porque, mudar dá trabalho.
            Um líder morto ministerialmente está decepcionado com as pessoas. Ele não acredita mais que vale a pena servir, investir tempo e vida na vida, pois pessoas dão trabalho, pessoas frustram, pessoas são ingratas. De fato, como Moisés disse ao Senhor, “Esse povo é de dura cerviz”, mas toda generalização é perigosa, e injusta. Nem todos decepcionarão o líder, sempre haverá um remanescente fiel que permanecerá ao lado dele.
            Mais um sinal de que um líder morreu ministerialmente, é que ele se torna cético a respeito de tudo. Ele agora tem dúvidas do seu chamado, dúvidas do que viveu com Cristo, dúvidas quanto a sua instituição, dúvidas inclusive a respeito do próprio Deus. Um líder cético até prega, ora, ministra os sacramentos, mas no fundo, não sabe se acredita em tudo isso.
            Os problemas que os líderes enfrentam no ministério são comuns a todos. Poucos recursos, nem sempre mão de obra, crises de fé, crises institucionais etc. Todos os líderes passam e passarão até morrer por dificuldades e provações, mas o que ele não pode fazer, é se entregar e morrer ministerialmente. Se você está perto de um líder que demonstra esses sinais, você deve urgentemente tentar ajudá-lo. Orar por ele, procurar a família, os superiores do ministério etc. Não deixe seu líder morrer ao seu lado.
            Mas se você é o líder que está passando por isso, saiba que não está sozinho, há muitos que estão nessa condição. A diferença é que uns estão se entregando, chegando a tirar sua própria vida, e outros tentam lutar.
Tome coragem e procure ajuda imediatamente. Diga que você não é um super pastor(a), expresse seus sentimentos e frustrações a alguém, a esposa, amigo, superior etc. Seja sincero com Deus, rasgue sua alma diante Dele, e diga que você está morto ministerialmente. Peça uma licença, e se possível, viaje, faça exercícios. Procure um pastor(a) mais velho e peça conselhos. O desejo de Deus aos seus pastores(as) é que no final de seus ministérios, possam falar como o Apóstolo Paulo, “Combati o bom combate, terminei a carreira e guardei a fé”.

            "Quando chegar a hora de morrer, certifique-se que tudo que você tem a fazer é morrer." – Jim Elliot

Obrigado!

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