Mas Deus redimirá a minha vida da sepultura e me levará para si. Sl 49:15
Quem nunca pensou na morte? Quem nunca se preocupou com
ela? Há quem diga que a morte é a única fila em que todos querem ficar por
último. A morte também foi um tema de discussões, preocupações e anseios dos
salmistas. Ao longo dos cento e cinquenta salmos, sempre vemos esse assunto
aparecer, não como algo a ser evitado como muitas vezes falamos, “morte? Não
quero nem pensar nisso, vamos mudar de assunto?”
Os salmistas falavam e pensavam na morte, não como algo
de todo ruim, mas como esperança do mundo vindouro. Morrer não era somente
deixar família, bens ou sonhos, tinha um significado maior e especial para os
que criam fielmente em Deus. Morrer para os salmistas não era simplesmente o
fim, mas o início de uma nova vida, mas agora para sempre com Deus.
A esperança nutrida pelos salmistas deve ser nossa
esperança, que mesmo na morte eles aguardavam pela intervenção de Deus. A
sepultura não nos separará de Deus, pelo contrário, Ele nos levará para si.
Quando descobrimos e cremos nisso, nossa vida ganha sentido, pois não viveremos
apenas para essa vida, apenas para o deleite nessa terra. Nossa história
ganhará mais um capítulo, mas desta vez sem lágrimas, sem dor, sem sofrimento
ou quaisquer sentimentos que aflijam nosso coração. Para nós que cremos em Deus
significa apenas uma etapa cumprida em nossa existência, para nos eternizarmos
juntamente com o pai, para nunca mais ficarmos longe Dele.
A morte para o cristão não é um problema, mas a solução e
fim de toda dor. Esperamos ansiosamente pelo dia que estaremos para sempre com
Ele, isto é, no tempo Dele, logo não queira adiantar isso.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
Quando um pastor se mata, é porque ele já morreu há muito tempo!
Esses dias foi noticiado
mais um suicídio de Pastor, desta vez no interior de MG. Só os que eu sei, do
final do ano pra cá, quatro pastores e duas pastoras tiraram suas vidas. Talvez
haja mais casos, talvez seja o sei lá o que, e por que esses casos tão pertos uns
dos outros, tanto no tempo quanto no espaço.
Esse texto não será mais um “textão” para falar mais do
mesmo, para achar culpados ou inocentes, para perguntar se quem se suicida vai
pro céu ou inferno, ou porque quem tira a vida é covarde etc..
Quero falar dos líderes que morrem em vida, que morrem no
pleno exercício da sua função. Morreram não fisicamente, mas morreram seus
sonhos, seus projetos, seu ânimo. Por que alguns líderes depois de servirem
tanto tempo, depois de tantas conquistas e sonhos, acabam morrendo
ministerialmente? O que está matando os pastores(as) em vida?
Eu gostaria de ter as respostas, mas não as tenho.
Gostaria de ter uma palavra para aqueles que estão morrendo em seus púlpitos,
gostaria de motivar os líderes que desistiram dos seus liderados. Eu queria
poder explicar quando me perguntam, “mas ele não era pastor? Então por que se
matou”?
Eu imagino, que quando um líder se mata, é porque ele já
morreu há muito tempo, mas nem sempre os sinais são percebidos. Um dos
primeiros sinais de um líder que morreu ministerialmente é a desmotivação.
Perde o ânimo, perde a graça, a alegria, a paixão de servir. A desmotivação é
tão grande que ele não sente mais vontade de ir aos cultos, de visitar as
ovelhas, de preparar um sermão, de manter uma vida devocional. Ele vê a igreja
como uma obrigação, o culto se tornou um fardo pra ele, não se empolga mais em
fazer o que amava mais fazer.
Outro sinal de que o líder morreu ministerialmente, é que
ele deixa de sonhar. Ele já não tem mais objetivos, metas, planos. Tanto faz
como está, ele empurrará com a barriga o que ele está fazendo. Não se preocupa
mais em atingir os objetivos lançados no início ou meio do ministério, pra ele
agora tanto faz, como está tá bom, até porque, mudar dá trabalho.
Um líder morto ministerialmente está decepcionado com as
pessoas. Ele não acredita mais que vale a pena servir, investir tempo e vida na
vida, pois pessoas dão trabalho, pessoas frustram, pessoas são ingratas. De
fato, como Moisés disse ao Senhor, “Esse povo é de dura cerviz”, mas toda
generalização é perigosa, e injusta. Nem todos decepcionarão o líder, sempre
haverá um remanescente fiel que permanecerá ao lado dele.
Mais um sinal de que um líder morreu ministerialmente, é
que ele se torna cético a respeito de tudo. Ele agora tem dúvidas do seu
chamado, dúvidas do que viveu com Cristo, dúvidas quanto a sua instituição,
dúvidas inclusive a respeito do próprio Deus. Um líder cético até prega, ora,
ministra os sacramentos, mas no fundo, não sabe se acredita em tudo isso.
Os problemas que os líderes enfrentam no ministério são
comuns a todos. Poucos recursos, nem sempre mão de obra, crises de fé, crises
institucionais etc. Todos os líderes passam e passarão até morrer por
dificuldades e provações, mas o que ele não pode fazer, é se entregar e morrer
ministerialmente. Se você está perto de um líder que demonstra esses sinais,
você deve urgentemente tentar ajudá-lo. Orar por ele, procurar a família, os
superiores do ministério etc. Não deixe seu líder morrer ao seu lado.
Mas se você é o líder que está passando por isso, saiba
que não está sozinho, há muitos que estão nessa condição. A diferença é que uns
estão se entregando, chegando a tirar sua própria vida, e outros tentam lutar.
Tome
coragem e procure ajuda imediatamente. Diga que você não é um super pastor(a),
expresse seus sentimentos e frustrações a alguém, a esposa, amigo, superior
etc. Seja sincero com Deus, rasgue sua alma diante Dele, e diga que você está
morto ministerialmente. Peça uma licença, e se possível, viaje, faça
exercícios. Procure um pastor(a) mais velho e peça conselhos. O desejo de Deus
aos seus pastores(as) é que no final de seus ministérios, possam falar como o
Apóstolo Paulo, “Combati o bom combate, terminei a carreira e guardei a fé”.
"Quando chegar a hora de morrer, certifique-se que
tudo que você tem a fazer é morrer." – Jim Elliot