quarta-feira, 28 de março de 2018

Meu pastor virou um modinha!


Sinceramente não sei o que está acontecendo com o meu pastor! Ele não era, e nunca foi assim. Ele já tem uns bons anos de ministério, e desde que o conheço, sempre vi nele uma figura de referência, um homem de Deus, piedoso e de boas obras. Ele visitava suas ovelhas, era modesto e levava uma vida comum como de qualquer irmão. Formado no seminário, era amante das escrituras e da exposição bíblica, dos estudos da palavra e do pastoreio simples. O que quero dizer com simples, era o que conhecíamos, no sentido mais comum no que se refere ao ministério pastoral.

            Meu pastor se “contentava” com a palavra como ela é, sem mais nenhum ingrediente, era apaixonado pela teologia reformada, era dedicado aos estudos e a oração, mas ultimamente não sei o que está acontecendo com ele.

            Ele mudou da água para o vinho, seus discursos não são mais os mesmos, e tudo o que um dia o vimos defendendo, agora é contra, e tudo que era contra agora é a favor. Meu Deus, o que aconteceu com esse servo de Deus?

            Talvez a explicação mais óbvia seja a influência da mídia. O advento da mídia trouxeram coisas boas e ruins ao mesmo tempo. Boas porque estamos ligados a uma espécie de “aldeia global”, onde todos estão interligados e desta forma, as informações mundiais quase que nos chegam em tempo real. A globalização nos aproximou de povos, culturas e nações, e nos permitiu nos relacionarmos com as mesmas. Mas aqui talvez esteja o grande problema, a mídia global também nos apresentou os modos de ser e viver de outras culturas, e dessa forma, o “novo” se tornou extremamente atrativo e tentador, e na questão religiosa e eclesiástica se aplica o mesmo.

            Me parece que talvez tenha sido essa influência que fez meu pastor mudar tanto. Por exemplo, quando o Benny Hinn veio ao Brasil trazendo a “nova” benção, ou a unção do cai cai, meu pastor ficou tão empolgado que começou a querer derrubar os irmãos, passando o seu paletó, assim como fazia o Benny Hinn. Paralelo a isso, na Colômbia o pastor César Castellanos começou a propagar o método mais conhecido como G12, e adivinha? Meu pastor entrou de malas e cuias! E se não bastasse ele mudar tanto os seus princípios, agora ele está deslumbrando com um suposto movimento apostólico que segundo os defensores “recomeçou” a “era apostólica”. Ora pastor, o senhor sempre ensinou que o período apostólico era da igreja primitiva, mas agora o senhor está nos dizendo que a partir da década de 90 e 2000 é o período apostólico? Olha, realmente não estamos te entendendo mais.

            Assim que o movimento G12 começou a sair da moda, outros movimentos apareceram, como o G5, M12, e também o Judaísmo Messiânico. Esse último parece que foi a última pá de cal, pois meu pastor sempre nos ensinou, principalmente na EBD que os rituais do Antigo Testamento foram cumpridos em Cristo, e a igreja agora não precisava observar nem as festas ou rituais judaicos, mas ele agora está fazendo justamente o contrário, é bandeira de Israel pra todo lado, shofar, castiçais, festas judaicas e talit. A minha dúvida é, será que ele vai querer circuncidar-se também? Ora pois.

 Me parece que a cada novidade, meu pastor estava tentando, atirando pra todos os lados, me lembro que até as orações que o Marco Feliciano fazia, ele chegou a copiar, “se tenho crédito contigo no céu”.... dá pra acreditar? A lista é grande, até dos pastores gringos ele tentou copiar alguma coisa, mas vou resumir pra não ficar cansativa essa história.

No meio de toda essa mistura teológica, outro movimento ganhou força e se tornou muito cobiçado, o MDA. Agora pensa a salada, meu pastor se dizia reformado por muitos anos, passou pro G12, dele foi para o “movimento apostólico”, “unções esquisitas”, “judaísmo messiânico”, e agora está no MDA. Meu Deus pastor, o que está acontecendo com o senhor? O senhor disse que o G12 era a “visão” de Deus para os últimos dias da igreja, disse que agora sim o senhor conheceu Jesus, e de repente o senhor abandona o G12 e entra no MDA? Onde o senhor quer chegar? Estamos confusos!

            O ministério pastoral do meu pastor mudou radicalmente, não só na teologia, que agora ele é claramente um neopentecostal, mas na sua forma de ser também. Começou a usar uns termos que antes não se via em seu vocabulário, um dos jargões mais preferidos dele agora é o uso do termo profético, ele adiciona essa palavra a tudo, tudo agora é profético, se tornou como algo mágico, algo místico, dizer que é profético parece que ganha validade espiritual. Os termos não param por aí, é “tremendo”, vai ser “power”, é “forte”, “chamo a existência”, eu “determino”, eu “declaro”, eu “libero” ou vou “liberar” a benção”, “meus discípulos”, etc.

            Infelizmente meu pastor mudou, só ele não percebeu. Ele já não é mais acessível, antes estava disponível sempre, sempre tomávamos tereré juntos, mas agora pra encontrá-lo só por meio da sua secretária. Ele chegava antes de todos no culto, ele que abria a igreja, agora ele só chega depois que o louvor começou. Ele era bem modesto e reservado, agora a mídia é a maior parceira do seu ministério, seu nome está em todos os lugares. Ele já não é um homem do povo, já não tem mais cheiro de ovelha, já não frequente pequenas reuniões, pequenos públicos não o agradam mais.

            Certo dia tentei dizer a ele que ele havia mudado como eu disse acima, da água pro vinho, mas quando comecei falar, ele me interrompeu dizendo que eu era arcaico, tradicional, frio e que a letra estava me matando. Mas eu disse a ele que ele mesmo nos havia ensinado a ser desta forma, e por que mudou agora? Ele disse que os tempos mudaram, a igreja é outra e que deveríamos nos adequar aos novos tempos e modelos. Mas ainda assim não me convenceu, continuei a lembrá-lo de suas exposições bíblicas, suas convicções teológicas e então ele me disse que eu não estava pronto para entender a “visão”, e se caso eu não me adequasse a esse novo modelo de igreja e ministério, eu poderia procurar outra igreja.

            Não acreditei quando ouvi isso. Como uma pessoa pode sair de um extremo ao outro? Já não nos havia advertido o apóstolo Paulo em Efésios 4.14 “O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro”.

            Depois de tudo isso, com tamanha influência da mídia e os novos modelos eclesiásticos, descobri que meu pastor virou um modinha! Quanta saudades temos de quando ele era um pastor simples, e centrado na palavra!

Pastor, volte a suas raízes, volte ao primeiro amor, suas ovelhas estão confusas. “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres. Ap. 2:5

Atenção: Qualquer semelhança desse desabafo com a realidade, é mera coincidência!


Obrigado!

quarta-feira, 14 de março de 2018

O líder Miojo!


            O líder miojo é aquele que em 3 minutos já está pronto!
            Essa frase é a que melhor sintetiza a inclusão de crentes neófitos a uma liderança, seja ela qual for. O irmão(a) “acabou” de se converter e já recebe oportunidade para liderar. Ele está animado, empolgado, no calor do primeiro amor, e seus superiores acreditam que isso é o que importa, isso é o suficiente para que o novato exerça liderança.
            A maior causa do nascimento do líder miojo, é o líder (superior) sem critérios, sem bases, sem cautela. Esses muitas vezes acreditam que dar uma liderança, ou como comumente é chamado, o famoso “cargo”, segurará o novo crente na igreja. Um cargo para o empresário, para o famoso, para o influente será a melhor isca para segurá-lo na igreja. Infelizmente a ascensão do líder miojo se dá na maioria dos casos, nas classes sociais que acabo de citar. E não vemos o mesmo com os pobres, estes precisam ser provados, testados, e treinados para então, após isso receber uma liderança, e se receber.
            O irmão pobre está a tempos sonhando em de alguma forma servir na igreja, ou até mesmo liderar, mas ele não tem oportunidade. Daí se converte um famoso, o prefeito da cidade, o médico etc, esses automaticamente são elevados aos postos de liderança, enquanto o irmão pobre fica a mercê. Esse tipo de atitude demonstra claramente que os lideres superiores nesse caso, são lobos interesseiros, parciais e injustos. O mesmo se dá com alguém que já é líder miojo quando sai da igreja, ele chega e já sobe direto pro altar da nova igreja. Você já viu isso, ou estou exagerando?
            Quem não viu no Brasil o Rener que fazia dupla com o Rick & Rener? Ele anunciou que se converteu em um dia, e no mesmo já publicou que agora cantaria música “gospel”. A lista é grande, o Naldo disse que havia se convertido e iria cantar música gospel, esse graças a Deus não cantou rs... Há tantos outros pela sua influência, fama ou poder aquisitivo pegam o bonde andando e já sentam na janela, esses são os famosos lideres miojo, apenas três minutos e já estão prontos.
            A palavra do Senhor nos diz, que o Senhor Jesus chama os seus doze discípulos e anda, vive, treina, ensina, aconselha por pelo menos três anos e meio, e ao final desse maravilhoso curso intensivo de Jesus, percebemos que muitos ainda não estavam realmente prontos.
            Os apóstolos em Atos 6 precisam resolver o problema da distribuição diária das viúvas (uma espécie de assistência social), eles sabem que não poderiam tomar mais esse encargo, então eles escolhem a dedo, 7 homens para essa liderança, “Por isso, irmãos, escolham entre vocês sete homens de confiança, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, e nós entregaremos esse serviço a eles” At. 6.3. Havia critérios, havia bases e requisitos básicos para se tornar líder, não era para quem queria, era para quem se encaixava no perfil proposto pelos apóstolos.
        O Apóstolo Paulo se converte em Atos 9, vai pra casa de Judas, e Ananias ora por ele para que recuperasse a visão. Paulo é batizado, fica alguns dias em Damasco, e no verso 20 diz que Paulo pregava a Jesus, E começou imediatamente a anunciar Jesus nas sinagogas, dizendo: — Jesus é o Filho de Deus”. O leitor prontamente será induzido a pensar que Paulo “acabou” de se converter e já saiu pregando o Evangelho. Entendemos que entre o versículo 19 e 20 de Atos 9, há pelo menos um espaço de 3 anos, onde o próprio apóstolo responde em Gálatas 1.17-18, “Tampouco subi a Jerusalém para ver os que já eram apóstolos antes de mim, mas de imediato parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco. Depois de três anos, subi a Jerusalém para conhecer Pedro pessoalmente e estive com ele quinze dias”. Ora, se o Apóstolo Paulo quisesse, esse já tinha Know How para tal, pois o mesmo se excedia em muito no Judaísmo, ele já tinha um conhecimento admirável, mas não quis, ele entendia que era melhor se preparar primeiro, para depois se dedicar a tão nobre missão.
            O que quero deixar claro, não é que quem acabou de se converter, não possa falar daquilo que Jesus fez em sua vida. O que está em pauta aqui, é a liderança. Neófitos (novos convertidos), não podem liderar, senão será um cego, guiando outro cego. Paulo diz sobre os requisitos de um bispo, você pode ler desde o primeiro versículo, mas ele cita nossa afirmação no verso 6, “Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o Diabo” 1Tm. 3.6.
            Independentemente da posição social que a pessoa ocupa, ela deve ser discipulada, preparada, treinada, habilitada, capacitada, experimentada, para depois assumir algum tipo de liderança. Precisamos preparar aqueles que desejam servir a noiva de Cristo, e não mais formarmos líderes miojo, pois um líder não se forma em 3 minutos, quiçá, 3 anos...


Obrigado!

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