O que dá sentido a sua vida? - Dr. Luiz Marcos Borges
Desde que me entendo por gente comecei a organizar minha vida. E apesar de já achar que fazia isso, tenho descoberto que não. Até fazia, mas de forma ‘’desorganizadamente’’ organizada, se é que me entendem. Andei por alguns anos fora de foco; prioridades invertidas, gastando tempo com coisas que não mereciam tanto tempo assim. Então pensei em reestruturar os objetivos para minha vida e redesenhar minhas prioridades. Resolvi investir tempo no que realmente precisa. Foi quando me deparei com a seguinte questão: O que dá sentido a minha vida? Por impulso e contaminado pelo humanismo tão presente durante toda minha história, pensei instantaneamente na célebre frase: Penso, logo, existo. Bom, isso já fazia algum sentido pra mim. Mas me vi enquanto algo pensante que a ‘coisa’ não era, e não é tão simples assim. A ideia de que faço parte de um grande projeto me pareceu mais romântica e a fazer mais sentido, pois me vejo como algo criado, assim como os demais seres viventes e objetos inanimados. Então pensei: Não sou obra do acaso! Mas o que sou? Sou uma criação! Bom... Se sou criatura... Logo tenho um Criador! Foi nessa hora que comecei a escrever.
Nunca pensei que traçar objetivos fosse fácil. Mas posso dizer que as vezes que sonhei com algo posso aqui dizer que sonhei ‘’junto com Deus’’. A Sua vontade tem sido soberana na minha vida e posso dizer também que até aqui Ele me trouxe. E nesse caminhar aprendi muitas coisas que me ajudaram a entender se minha vida tem algum sentido.
Aprendi desde menino quando pensava como menino, que sou semelhança de Deus. E, depois de crescido, aprendi que fui criado para ser amado por Deus, gratuitamente. Ele me havia feito para Seu louvor; o que considero algo maravilhoso. O mínimo que posso fazer enquanto criatura, pensante, com intuito de demonstrar o quanto sou grato a Ele por esse amor é adorá-lo em espírito, de forma verdadeira e constante. Compreendi que nasci para servi-lo em Seu Reino aqui na Terra. E faço isso quando amo o meu próximo de forma incondicional e não quando me amo e amo as coisas do mundo. Nasci para amar o meu irmão e se importar com ele. As coisas do mundo... Bom, aprendi que a traça corrói e a ferrugem come. O ''ter'' não é mais importante que o ''ser''. Meu maior tesouro está no céu: chama-se Vida Eterna. É esse tesouro que devo procurar ter um dia.
Outra coisa que aprendi foi que estou em ‘processo’. E nesse processo experimento diariamente o pecado. Este que me afasta de Deus assim como afastou também Adão e Eva. E só existe um caminho para minha regeneração: Cristo Jesus, filho de Deus, nascido de mulher, que se fez carne, venceu o pecado, a morte, e hoje vive eternamente. Deus, nessa ocasião, mais uma vez prova seu amor para conosco sendo nós ainda pecadores. Cristo me deixou o caminho e a verdade em palavras escritas, o manual da vida. Deixou-me ainda o Espírito Santo de Deus, meu companheiro e meu intercessor; aquele que me orienta sobre o pecado e me impulsiona nas minhas maiores missões: Amar a Deus e amar ao meu próximo. Todos nós temos muitas outras missões e outros objetivos pra cumprir enquanto vivos e as devemos fazer, contudo que seja para glorificar a Deus. Devo descobrir meus talentos... Cultivá-los e me preparar para, estando melhor, melhor servir ao Reino de Deus. E Ele é fiel para me abençoar conforme conhece meu coração. Ser reconhecido por homens não pode ser meu objetivo enquanto Cristão. Mas Deus pode me levar a lugares altos para que o Seu nome seja exaltado!
Como Cristão, aprendi que tudo nesse mundo é vaidade. Mas nem por isso devo me entregar a ela. Pelo contrário, devo vencer o mundo e suas concupiscências, pois o mundo jaz no maligno. Tudo me é licito, mas nem tudo me convém. E é por isso que os objetivos de minha vida devem ser bem pensados. Perseguir riquezas, perder tempo e saúde, para “Ter” não me faz mais feliz... pelo contrário, me trará frustração à medida que perceber que isso não preenche o vazio que se constrói em meu coração quando me afasto de Deus e seus princípios. A prosperidade vista como a ausência da necessidade, é alcançada durante o “caminhar”. Assim como a felicidade. Não se pode encará-las como simples objetivos com metas a serem cumpridas para se chegar a elas.
Após o casamento, aprendi que a família, nosso maior patrimônio, deve fazer parte dos nossos planos. Ela deve amar junto. Deve se apaixonar e sonhar junto. Deve se alegrar e também sofrer junto. A família cristã, tão modelo, tão valorosa, deve pagar o preço por ser chamada de Cristã. Vencer o mundo e suas armadilhas não foi fácil para Cristo e não será para nós... Mas fica mais fácil quando se tem uma família com os mesmos objetivos.
E pra terminar, a duras penas sigo aprendendo que viver em paz, vendo sentido na vida, é mais fácil quando a gente não complica tudo. Viver Jesus e seu evangelho de forma descomplicada é o que me faz feliz e dá sentido a minha vida. Quanto aos objetivos da vida... Na minha vida... Bom, esses vão ficar em construção em segundo plano, sempre. Pois nenhum deles dá sentido a ela. A vida só tem algum sentido se for vivida para Deus. Assim como a morte só faz sentido para quem sabe que vai viver eternamente.
Autor: Luiz Marcos P. Borges (Dr. Pedriatra)
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