Segue a apresentação do material, por Flávio Santos (organizador):
APRESENTAÇÃO
A teologia não pode ficar enclausurada aos seminários, universidades e escritórios. A teologia não pode ficar presa nas mãos dos teólogos e professores de seminário. A teologia precisa chegar às mentes de todas pessoas.
Essa conexão entre teologia e mentes tem acontecido ao longo dos anos e se intensificado nas últimas décadas, principalmente por meio de livros, sites, blogs e redes sociais. Outro lugar de conexão entre a teologia e o povo é o púlpito. Cada vez mais pastores e pregadores se esforçam para pregar mensagens bíblicas e teológicas aos seus ouvintes.
Então, com o desejo de conscientizar teologicamente mais pessoas, nasceu o projeto. O objetivo deste material é fazer essa conexão! Como o próprio nome revela, criar uma CONSCIÊNCIA TEOLÓGICA em quem ler os sermões e artigos escritos nesse e-book.
Os textos são de pastores que, com oração e trabalho, conscientizam teologicamente, dia após dia, as suas igrejas. Desejando uma igreja bíblica e teológica para ser saudável e relevante na sociedade e preparada para a volta de Jesus.
Durante a organização do material, percebi bíblia, piedade e teologia nos escritos de cada autor. Revelando a mim, ser fruto de meditação nas Escrituras, estudos teológicos e oração.
O que você lerá a partir de agora é o conteúdo das Escrituras, que passou pelas mentes de homens de Deus; púlpitos de igrejas; e chega agora em seus olhos para abençoar a sua vida e criar uma consciência teológica em você.
Boa Conscientização!
Jean Carlos
domingo, 24 de dezembro de 2017
Na tal data de 25 de Dezembro!
Quantas expectativas e
planos nascem no Mês de Dezembro. Não que nos outros não aconteçam o mesmo,
como no dia das mães/pais, carnaval para quem gosta, feriados, dia do seu
aniversário etc. Mas na tal data de 25 de dezembro é bem diferente, ainda que
seja somente por um dia, somente por 24 horas, esse dia se torna singular por
vários motivos.
A tal data de 25 de dezembro é anunciada pelo menos um
mês antes dela acontecer. A cidade é enfeitada com luzes coloridas, as lojas
criam expectativas de melhores vendas, alguns velhos barbudos são pegos quase
no laço, e as crianças esperam pelos seus presentes que supostamente serão
entregues pelo ser lendário conhecido como Santa Claus, Pai Natal ou Papai
Noel.
A tal data de 25 de dezembro é intrigante pois ela é
carregada de controvérsias, tanto teológicas como sociológicas etc. Teológicas
porque os radicais da fé brigam acirradamente no facebook para provar
empiricamente que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Oras, ainda tem gente
que briga por isso? Sim! De fato não sabemos a tal data correta, talvez seja
maio, mas independente da data que o Senhor Jesus Cristo possa ter nascido, o
que vale é lembrar que “um menino nasceu,
como um filho se nos deu... Is. 9.6. Então a tal data de 25 de dezembro
também serve para discussões teológicas que não nos levarão a lugar algum. De
forma sociológica a tal data também é lembrada pelos sociólogos como um mito,
uma forma que o capitalismo se
utilizou para promover o lucro e a desigualdade, já que o velho barbudo não
traz presentes para os pobres.
Um dia antes da tal data as famílias de modo geral se
preparam para comemorá-la, cada uma a sua maneira. Umas com cachaça, outras
sem. Umas com uma mesa farta, outras sem ter o que comer. Umas na igreja,
outras longe dela. Enfim, é quase impossível que alguém não comemore o natal,
seja ele pelo nascimento de Cristo ou pelo Papai Noel.
Na tal data de 25 de dezembro as pessoas desejam as
outras feliz natal. Mas feliz o que mesmo? Ao desejarmos feliz natal eu estou
na verdade querendo dizer o que mesmo? Seria por exemplo, seja feliz, Jesus
nasceu? Ou então fique feliz hoje é dia de ganhar presentes? E quem não ganhar,
ficará infeliz? Ou ainda, feliz natal hoje é dia de comer e beber fartamente? E
talvez, feliz natal, hoje você ficará bêbado? Percebe que de fato não temos
muita noção do que fazer ou desejar na tal data de 25 de dezembro.
Na tal data de 25 de dezembro infelizmente vivemos também
hipocrisias. O “pau” pode estar quebrando entre a família, mas na tal data, eu
desejo um feliz natal com um yellow smile
no rosto. Na tal data se de fato não acreditamos em papai noel, por ser ele um
mito escandinavo, então acreditamos que essa tal data se refere ao nascimento
de Cristo? A nossa prática nos diz que não.
Sendo
famílias cristãs ou não, estamos muito mais interessados no que vamos comer,
estamos preocupadíssimos com o churrasco, com a leitoa, e em gerir a festa,
pois é claro, estamos querendo servir bem nossa família e convidados. Algumas
famílias nesse dia ficam preocupadíssimas com a quantidade de cervejas que
estarão nos freezers, e que tenha muito por favor, pois elas vão querer bater o
recorde de caixas em relação ao ano passado.
Que
bom seria se realmente entendêssemos o significado do Natal de forma cristã.
Não o Natal do papai Noel, das árvores e enfeites. Não o natal apenas dos
presentes e comilanças. Não o natal da briga pela disputa se Jesus nasceu ou
não na tal data de 25 de dezembro. Quero lembrar do natal apenas como um dia
que faz referência ao Salvador do mundo.
Então na tal data de 25 de dezembro comemoramos o que
mesmo? Desejamos feliz natal pra que mesmo? Nunca vi dia estranho como Na-tal
data de 25 de dezembro!
Obrigado!
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
O que aprendemos com Ricardo “Doidim”?
Até a década de 90 e início
dos anos 2000, o Ricardo Doidim (quem lê entenda) era um dos melhores
pregadores e cabeças pensantes do Brasil, sem esquecer que haviam outros
tantos. Eu passava horas ouvindo suas mensagens, lendo seus textos e
pensamentos, e no fundo eu pensava, “quando eu crescer quero ser igual ele”. No
seminário onde estudei era quase unanimidade o reconhecimento dele como um
grande pastor, teólogo e homem de Deus.
Mas infelizmente não é mais assim, ele já não é mais
unanimidade entre os pastores, apesar de continuar pregando, pensando e
escrevendo. O que terá acontecido com Ricardo Doidim?
A crise epistemológica (teoria do conhecimento) dele, é a
de muitos seminaristas e pastores quando lidam com doutrinas, conceitos e uma
busca da fé pela razão. Depois de passarem por essa “prova” racional, só lhe
restam duas coisas: Crer no impossível, no improvável, no não palpável, ou
deixar de crer.
A
teologia não esfria a fé, apenas apaga fogo falso. Mas alguns não conseguem lidar
com o racionalismo da fé, e acabam acreditando mais nos poetas do que nos
profetas, mais nos filósofos do que nos teólogos. É bem verdade que existam
muitos nessa condição, mas somente os “famosos” ou conhecidos é que são
expostos, como Rubem Alves, Caio Fabio, e a trupe de liberais que disseminam
suas incredulidades por aí. E com Ricardo Doidim não foi diferente...
O
que aprendemos com o Doidim?
1. Não
existe igreja perfeita!
A
primeira lição que aprendemos com Ricardo Doidim, é que não existe igreja perfeita, ou seja, lute pela sua, não
pule de galho em galho. Doidim foi Presbiteriano do Brasil, e segundo suas
próprias palavras,
“participou efetivamente e liderou a "União
de Mocidade" onde "acreditava ser um dos eleitos" da
"presciência" de Deus, crendo fielmente em todos seus dogmas calvinistas, até que teria recebido o batismo com
o Espírito Santo e, segundo suas
palavras, fora "intimado a comparecer a uma versão moderna
da Inquisição", onde lhe pediram: "Peça para sair,
evite o trauma de um julgamento sumário. Poupe-nos de nos transformarmos em
algozes".[1]
Da Presbiteriana do Brasil, ele vai para um extremo,
uma Igreja Pentecostal, Assembleia de Deus.
“Por influência de seu "melhor amigo, presidente da Aliança
Bíblica Universitária", ingressou na Assembleia de Deus, onde
percebera que a mesma "estava engessada" e "sobrava
legalismo", passando a denunciar, segundo o próprio, a "gerontocracia
assembleiana". Afirma que rompeu com a "maior denominação
pentecostal do Brasil" e passou a caminhar com a Betesda.[1]
Doidim agora tem uma
síntese de reformados X pentecostais, e daí pra frente a coisa pioraria mais
ainda, onde o mesmo se pronuncia como um dissidente do movimento evangélico,
confira nesse link: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/estou-fora-do-movimento-evangelico/Igreja perfeita somente no céu, todavia é necessário lembrar que mesmo esta igreja
imperfeita, tem alguém que a ama, e que a edifica, “Eu edificarei a minha igreja”.
2. Não existe teologia
perfeita!
Da Teologia Reformada
pela busca da ortodoxia, Doidim vai ao Pentecostalismo atrás de experiências
com Deus e simplicidade do evangelho, mas o que encontra, segundo ele, era
somente legalismo. Agora nem reformados, nem pentecostais o agradam, ele então
vai além, atrás da sua própria teologia, que de fato não era dele, mas como diz
Salomão, “não há nada novo debaixo do sol”,
e a partir de então começa a flertar, enamorar, apaixonar pela Teologia
Relacional, também conhecido como Teísmo Aberto, uma mistura de ceticismo
filosófico com teologia.
“Sempre negou ser teísta aberto, mas nunca negou sua atração por
conceitos ensinados por Clark Pinnock. Publicou alguns artigos falando da impossibilidade de Deus
conhecer o que não pode ser conhecido, e tornou-se, no Brasil, um dos maiores
representantes dessa teologia, com nuances antropomorfistas, juntamente com Ed
René Kivitz”.
3. Não existe
instituição perfeita!
Com
a avalanche de críticas a sua teologia, sua denominação/instituição entra em
crise. Nem mesmo a maior parte dos seus pastores o seguem, e aceitam suas
ideias, daí nasce um racha, o Doidim agora rompe com a própria
instituição/denominação para ter a sua própria.
“Ricardo Gondim, então abriu o
patrimônio da Igreja Betesda onde ofereceu a liberdade de seus pastores saírem
com suas igrejas, somente não abrindo mão do nome da igreja, o que considerava
seu maior patrimônio. Por volta de quarenta pastores saíram da Igreja
Assembléia de Deus Betesda, levando o patrimônio que geriam e formaram outras
congregações religiosas. Em 2008 desvinculou-se
da Assembleia de Deus, tornando a Betesda uma comunidade cristã
independente. A partir de 2012 começa a definir e ministrar o tema
Espiritualidade Viva”.
A Crise institucional
de Doidim foi por conta de sua teologia, mas há muitos pastores que desejam
entrar numa crise institucional, para formar sua própria instituição, desta
forma, os novos donos das instituições fazem o que agradam aos seus olhos.
4. As más conversações
corrompem os bons costumes!
Não é proibido ler,
estudar, conhecer, desde que nossa base, nossa regra de fé e prática seja a escrituras sagrada. Quando Doidim começa dialogar com a TMI (Teologia da
Missão Integral), que na prática mais parece uma Teologia Marxista Integral do que qualquer outra coisa, ele começa
a questionar as ações da igreja, e a incredulidade em relação a performance da mesma, o faz a ir se
afastando dia após dia da teologia cristã. Além da TMI, a filosofia humanista,
que coloca o homem no centro de tudo, e como responsável pela transformação
social do seu meio, ele tira do evangelho o seu poder transformador.
Não digo que a partir
de agora, você que lê esse texto, não possa ler Freud, Sartre ou Dawkins, etc.,
o que não pode ocorrer, é colocar a palavra de Deus em xeque, no banco dos
réus, e trocá-la pelas vãs filosofias que esse mundo já recebeu. Leia de tudo,
retenha o que é bom.
5. Ninguém inventará a
roda teológica!
Desconfie de toda
novidade. Como citei acima, “Nada é novo
debaixo do Sol”. E como dizia o saudoso Chacrinha, “Nada se cria, tudo se
copia”. Tentar fugir da normalidade, fugir da ortodoxia bíblica, fugir da
inerrância da palavra de Deus, é como procurar “cabelo em ovo”. Depois de
Jesus, Paulo, Agostinho e Calvino, esqueça, ninguém criará nada novo, então se
contente com o que temos, e mesmo o que temos a mão nunca será esgotado. Duvido
alguém conseguir ler todos os escritos de Agostinho enquanto existir.
Vez por outra chega ao
Brasil algum modismo, e a liderança muitas vezes sem rumo, e desprovida da
palavra e suas doutrinas, começam a beber na novidade do momento. Alguém um dia
citou, “Os alemães inventaram a teologia, os americanos estragaram, e os
brasileiros comeram”.
Todo lixo teológico do mundo vem parar aqui.
Dos mais variados possíveis, como, Judaísmo Messiânico, apostolado, Unção do
Cai Cai ou Benção de Toronto, Unção dos 4 seres, Atos Patéticos, quero dizer,
Proféticos rs... e teologias das mais variadas. Métodos e mais métodos a gosto
do freguês. Vi pastores defendendo a visão G12 com unhas e dentes a pelo menos
10 anos atrás, e hoje já estão no MDA, e tem aversão ao G12. E daqui mais 10
anos? Qual será a modinha da vez?