segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O que aprendemos com Ricardo “Doidim”?

        Até a década de 90 e início dos anos 2000, o Ricardo Doidim (quem lê entenda) era um dos melhores pregadores e cabeças pensantes do Brasil, sem esquecer que haviam outros tantos. Eu passava horas ouvindo suas mensagens, lendo seus textos e pensamentos, e no fundo eu pensava, “quando eu crescer quero ser igual ele”. No seminário onde estudei era quase unanimidade o reconhecimento dele como um grande pastor, teólogo e homem de Deus.
        Mas infelizmente não é mais assim, ele já não é mais unanimidade entre os pastores, apesar de continuar pregando, pensando e escrevendo. O que terá acontecido com Ricardo Doidim?
            A crise epistemológica (teoria do conhecimento) dele, é a de muitos seminaristas e pastores quando lidam com doutrinas, conceitos e uma busca da fé pela razão. Depois de passarem por essa “prova” racional, só lhe restam duas coisas: Crer no impossível, no improvável, no não palpável, ou deixar de crer.
A teologia não esfria a fé, apenas apaga fogo falso. Mas alguns não conseguem lidar com o racionalismo da fé, e acabam acreditando mais nos poetas do que nos profetas, mais nos filósofos do que nos teólogos. É bem verdade que existam muitos nessa condição, mas somente os “famosos” ou conhecidos é que são expostos, como Rubem Alves, Caio Fabio, e a trupe de liberais que disseminam suas incredulidades por aí. E com Ricardo Doidim não foi diferente...
O que aprendemos com o Doidim?

1. Não existe igreja perfeita!
A primeira lição que aprendemos com Ricardo Doidim, é que não existe  igreja perfeita, ou seja, lute pela sua, não pule de galho em galho. Doidim foi Presbiteriano do Brasil, e segundo suas próprias palavras,

“participou efetivamente e liderou a "União de Mocidade" onde "acreditava ser um dos eleitos" da "presciência" de Deus, crendo fielmente em todos seus dogmas calvinistas, até que teria recebido o batismo com o Espírito Santo e, segundo suas palavras, fora "intimado a comparecer a uma versão moderna da Inquisição", onde lhe pediram: "Peça para sair, evite o trauma de um julgamento sumário. Poupe-nos de nos transformarmos em algozes".[1]

            Da Presbiteriana do Brasil, ele vai para um extremo, uma Igreja Pentecostal, Assembleia de Deus.

Por influência de seu "melhor amigo, presidente da Aliança Bíblica Universitária", ingressou na Assembleia de Deus, onde percebera que a mesma "estava engessada" e "sobrava legalismo", passando a denunciar, segundo o próprio, a "gerontocracia assembleiana". Afirma que rompeu com a "maior denominação pentecostal do Brasil" e passou a caminhar com a Betesda.[1]

            Doidim agora tem uma síntese de reformados X pentecostais, e daí pra frente a coisa pioraria mais ainda, onde o mesmo se pronuncia como um dissidente do movimento evangélico, confira nesse link: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/estou-fora-do-movimento-evangelico/ Igreja perfeita somente no céu, todavia é necessário lembrar que mesmo esta igreja imperfeita, tem alguém que a ama, e que a edifica, “Eu edificarei a minha igreja”.

            2. Não existe teologia perfeita!
            Da Teologia Reformada pela busca da ortodoxia, Doidim vai ao Pentecostalismo atrás de experiências com Deus e simplicidade do evangelho, mas o que encontra, segundo ele, era somente legalismo. Agora nem reformados, nem pentecostais o agradam, ele então vai além, atrás da sua própria teologia, que de fato não era dele, mas como diz Salomão, “não há nada novo debaixo do sol”, e a partir de então começa a flertar, enamorar, apaixonar pela Teologia Relacional, também conhecido como Teísmo Aberto, uma mistura de ceticismo filosófico com teologia.

Sempre negou ser teísta aberto, mas nunca negou sua atração por conceitos ensinados por Clark Pinnock. Publicou alguns artigos falando da impossibilidade de Deus conhecer o que não pode ser conhecido, e tornou-se, no Brasil, um dos maiores representantes dessa teologia, com nuances antropomorfistas, juntamente com Ed René Kivitz”.

            3. Não existe instituição perfeita!
            Com a avalanche de críticas a sua teologia, sua denominação/instituição entra em crise. Nem mesmo a maior parte dos seus pastores o seguem, e aceitam suas ideias, daí nasce um racha, o Doidim agora rompe com a própria instituição/denominação para ter a sua própria.
Ricardo Gondim, então abriu o patrimônio da Igreja Betesda onde ofereceu a liberdade de seus pastores saírem com suas igrejas, somente não abrindo mão do nome da igreja, o que considerava seu maior patrimônio. Por volta de quarenta pastores saíram da Igreja Assembléia de Deus Betesda, levando o patrimônio que geriam e formaram outras congregações religiosas. Em 2008 desvinculou-se da Assembleia de Deus, tornando a Betesda uma comunidade cristã independente. A partir de 2012 começa a definir e ministrar o tema Espiritualidade Viva”.
           
          A Crise institucional de Doidim foi por conta de sua teologia, mas há muitos pastores que desejam entrar numa crise institucional, para formar sua própria instituição, desta forma, os novos donos das instituições fazem o que agradam aos seus olhos.

            4. As más conversações corrompem os bons costumes!
            Não é proibido ler, estudar, conhecer, desde que nossa base, nossa regra de fé e prática seja a escrituras sagrada. Quando Doidim começa dialogar com a TMI (Teologia da Missão Integral), que na prática mais parece uma Teologia Marxista Integral do que qualquer outra coisa, ele começa a questionar as ações da igreja, e a incredulidade em relação a performance da mesma, o faz a ir se afastando dia após dia da teologia cristã. Além da TMI, a filosofia humanista, que coloca o homem no centro de tudo, e como responsável pela transformação social do seu meio, ele tira do evangelho o seu poder transformador.
            Não digo que a partir de agora, você que lê esse texto, não possa ler Freud, Sartre ou Dawkins, etc., o que não pode ocorrer, é colocar a palavra de Deus em xeque, no banco dos réus, e trocá-la pelas vãs filosofias que esse mundo já recebeu. Leia de tudo, retenha o que é bom.

            5. Ninguém inventará a roda teológica!
            Desconfie de toda novidade. Como citei acima, “Nada é novo debaixo do Sol”. E como dizia o saudoso Chacrinha, “Nada se cria, tudo se copia”. Tentar fugir da normalidade, fugir da ortodoxia bíblica, fugir da inerrância da palavra de Deus, é como procurar “cabelo em ovo”. Depois de Jesus, Paulo, Agostinho e Calvino, esqueça, ninguém criará nada novo, então se contente com o que temos, e mesmo o que temos a mão nunca será esgotado. Duvido alguém conseguir ler todos os escritos de Agostinho enquanto existir.
            Vez por outra chega ao Brasil algum modismo, e a liderança muitas vezes sem rumo, e desprovida da palavra e suas doutrinas, começam a beber na novidade do momento. Alguém um dia citou, “Os alemães inventaram a teologia, os americanos estragaram, e os brasileiros comeram”.

Todo lixo teológico do mundo vem parar aqui. Dos mais variados possíveis, como, Judaísmo Messiânico, apostolado, Unção do Cai Cai ou Benção de Toronto, Unção dos 4 seres, Atos Patéticos, quero dizer, Proféticos rs... e teologias das mais variadas. Métodos e mais métodos a gosto do freguês. Vi pastores defendendo a visão G12 com unhas e dentes a pelo menos 10 anos atrás, e hoje já estão no MDA, e tem aversão ao G12. E daqui mais 10 anos? Qual será a modinha da vez?

Ricardo Doidim saiu de um extremo a outro. De um grande representante da fé cristã, a Humanista Apofático, como o mesmo se intitula agora, http://www.ricardogondim.com.br/estudos/sou-um-humanista-apofatico ou seja, não crê mais na Soberania e Providência de Deus.

Ultimamente o Doidim tem nos ensinado muitas coisas, coisas do que não ser ou fazer.

Doidim, deixe de ser Doidim, e volte a ser o Gondim!


Obrigado!

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Um comentário:

  1. Uma Analise bem feita, que pena que muitos não consegue observar os outros "doidim" por ai...kkkkk

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