O que aprendemos com Ricardo “Doidim”?
Até a década de 90 e início
dos anos 2000, o Ricardo Doidim (quem lê entenda) era um dos melhores
pregadores e cabeças pensantes do Brasil, sem esquecer que haviam outros
tantos. Eu passava horas ouvindo suas mensagens, lendo seus textos e
pensamentos, e no fundo eu pensava, “quando eu crescer quero ser igual ele”. No
seminário onde estudei era quase unanimidade o reconhecimento dele como um
grande pastor, teólogo e homem de Deus.
Mas infelizmente não é mais assim, ele já não é mais
unanimidade entre os pastores, apesar de continuar pregando, pensando e
escrevendo. O que terá acontecido com Ricardo Doidim?
A crise epistemológica (teoria do conhecimento) dele, é a
de muitos seminaristas e pastores quando lidam com doutrinas, conceitos e uma
busca da fé pela razão. Depois de passarem por essa “prova” racional, só lhe
restam duas coisas: Crer no impossível, no improvável, no não palpável, ou
deixar de crer.
A
teologia não esfria a fé, apenas apaga fogo falso. Mas alguns não conseguem lidar
com o racionalismo da fé, e acabam acreditando mais nos poetas do que nos
profetas, mais nos filósofos do que nos teólogos. É bem verdade que existam
muitos nessa condição, mas somente os “famosos” ou conhecidos é que são
expostos, como Rubem Alves, Caio Fabio, e a trupe de liberais que disseminam
suas incredulidades por aí. E com Ricardo Doidim não foi diferente...
O
que aprendemos com o Doidim?
1. Não
existe igreja perfeita!
A
primeira lição que aprendemos com Ricardo Doidim, é que não existe igreja perfeita, ou seja, lute pela sua, não
pule de galho em galho. Doidim foi Presbiteriano do Brasil, e segundo suas
próprias palavras,
“participou efetivamente e liderou a "União
de Mocidade" onde "acreditava ser um dos eleitos" da
"presciência" de Deus, crendo fielmente em todos seus dogmas calvinistas, até que teria recebido o batismo com
o Espírito Santo e, segundo suas
palavras, fora "intimado a comparecer a uma versão moderna
da Inquisição", onde lhe pediram: "Peça para sair,
evite o trauma de um julgamento sumário. Poupe-nos de nos transformarmos em
algozes".[1]
Da Presbiteriana do Brasil, ele vai para um extremo,
uma Igreja Pentecostal, Assembleia de Deus.
“Por influência de seu "melhor amigo, presidente da Aliança
Bíblica Universitária", ingressou na Assembleia de Deus, onde
percebera que a mesma "estava engessada" e "sobrava
legalismo", passando a denunciar, segundo o próprio, a "gerontocracia
assembleiana". Afirma que rompeu com a "maior denominação
pentecostal do Brasil" e passou a caminhar com a Betesda.[1]
Doidim agora tem uma
síntese de reformados X pentecostais, e daí pra frente a coisa pioraria mais
ainda, onde o mesmo se pronuncia como um dissidente do movimento evangélico,
confira nesse link: http://www.ricardogondim.com.br/meditacoes/estou-fora-do-movimento-evangelico/
Igreja perfeita somente no céu, todavia é necessário lembrar que mesmo esta igreja
imperfeita, tem alguém que a ama, e que a edifica, “Eu edificarei a minha igreja”.
2. Não existe teologia
perfeita!
Da Teologia Reformada
pela busca da ortodoxia, Doidim vai ao Pentecostalismo atrás de experiências
com Deus e simplicidade do evangelho, mas o que encontra, segundo ele, era
somente legalismo. Agora nem reformados, nem pentecostais o agradam, ele então
vai além, atrás da sua própria teologia, que de fato não era dele, mas como diz
Salomão, “não há nada novo debaixo do sol”,
e a partir de então começa a flertar, enamorar, apaixonar pela Teologia
Relacional, também conhecido como Teísmo Aberto, uma mistura de ceticismo
filosófico com teologia.
“Sempre negou ser teísta aberto, mas nunca negou sua atração por
conceitos ensinados por Clark Pinnock. Publicou alguns artigos falando da impossibilidade de Deus
conhecer o que não pode ser conhecido, e tornou-se, no Brasil, um dos maiores
representantes dessa teologia, com nuances antropomorfistas, juntamente com Ed
René Kivitz”.
3. Não existe
instituição perfeita!
Com
a avalanche de críticas a sua teologia, sua denominação/instituição entra em
crise. Nem mesmo a maior parte dos seus pastores o seguem, e aceitam suas
ideias, daí nasce um racha, o Doidim agora rompe com a própria
instituição/denominação para ter a sua própria.
“Ricardo Gondim, então abriu o
patrimônio da Igreja Betesda onde ofereceu a liberdade de seus pastores saírem
com suas igrejas, somente não abrindo mão do nome da igreja, o que considerava
seu maior patrimônio. Por volta de quarenta pastores saíram da Igreja
Assembléia de Deus Betesda, levando o patrimônio que geriam e formaram outras
congregações religiosas. Em 2008 desvinculou-se
da Assembleia de Deus, tornando a Betesda uma comunidade cristã
independente. A partir de 2012 começa a definir e ministrar o tema
Espiritualidade Viva”.
A Crise institucional
de Doidim foi por conta de sua teologia, mas há muitos pastores que desejam
entrar numa crise institucional, para formar sua própria instituição, desta
forma, os novos donos das instituições fazem o que agradam aos seus olhos.
4. As más conversações
corrompem os bons costumes!
Não é proibido ler,
estudar, conhecer, desde que nossa base, nossa regra de fé e prática seja a escrituras sagrada. Quando Doidim começa dialogar com a TMI (Teologia da
Missão Integral), que na prática mais parece uma Teologia Marxista Integral do que qualquer outra coisa, ele começa
a questionar as ações da igreja, e a incredulidade em relação a performance da mesma, o faz a ir se
afastando dia após dia da teologia cristã. Além da TMI, a filosofia humanista,
que coloca o homem no centro de tudo, e como responsável pela transformação
social do seu meio, ele tira do evangelho o seu poder transformador.
Não digo que a partir
de agora, você que lê esse texto, não possa ler Freud, Sartre ou Dawkins, etc.,
o que não pode ocorrer, é colocar a palavra de Deus em xeque, no banco dos
réus, e trocá-la pelas vãs filosofias que esse mundo já recebeu. Leia de tudo,
retenha o que é bom.
5. Ninguém inventará a
roda teológica!
Desconfie de toda
novidade. Como citei acima, “Nada é novo
debaixo do Sol”. E como dizia o saudoso Chacrinha, “Nada se cria, tudo se
copia”. Tentar fugir da normalidade, fugir da ortodoxia bíblica, fugir da
inerrância da palavra de Deus, é como procurar “cabelo em ovo”. Depois de
Jesus, Paulo, Agostinho e Calvino, esqueça, ninguém criará nada novo, então se
contente com o que temos, e mesmo o que temos a mão nunca será esgotado. Duvido
alguém conseguir ler todos os escritos de Agostinho enquanto existir.
Vez por outra chega ao
Brasil algum modismo, e a liderança muitas vezes sem rumo, e desprovida da
palavra e suas doutrinas, começam a beber na novidade do momento. Alguém um dia
citou, “Os alemães inventaram a teologia, os americanos estragaram, e os
brasileiros comeram”.
Todo lixo teológico do mundo vem parar aqui.
Dos mais variados possíveis, como, Judaísmo Messiânico, apostolado, Unção do
Cai Cai ou Benção de Toronto, Unção dos 4 seres, Atos Patéticos, quero dizer,
Proféticos rs... e teologias das mais variadas. Métodos e mais métodos a gosto
do freguês. Vi pastores defendendo a visão G12 com unhas e dentes a pelo menos
10 anos atrás, e hoje já estão no MDA, e tem aversão ao G12. E daqui mais 10
anos? Qual será a modinha da vez?
Ricardo Doidim saiu de um extremo a outro. De
um grande representante da fé cristã, a Humanista Apofático, como o mesmo se
intitula agora, http://www.ricardogondim.com.br/estudos/sou-um-humanista-apofatico
ou seja, não crê mais na Soberania e Providência de Deus.
Ultimamente o Doidim tem nos ensinado muitas
coisas, coisas do que não ser ou fazer.
Doidim, deixe de ser Doidim, e volte a ser o
Gondim!
Obrigado!
Uma Analise bem feita, que pena que muitos não consegue observar os outros "doidim" por ai...kkkkk
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