Certamente você já ouviu falar de Maximilian Carl Emil Weber, mais conhecido como Max Weber (1864 — 1920). Esse alemão é considerado um dos pais da sociologia. Sem tirar seu mérito, Max Weber fez grandes contribuições ao campo teórico sociológico, e sua obra máxima é: “A ética protestante e o espírito do capitalismo”.
Nesse livro o autor analisa o nascimento do capitalismo na Europa, e sua investigação se dá a partir da vida de protestantes que foram estereotipados em um conceito chamado Puritanismo. Weber vai fazer algumas afirmações um tanto complexas como: É a partir da vida religiosa dos protestantes puritanos que nasce o capitalismo. Weber foi um tanto infeliz ao fazer essas afirmações, pois em primeiro lugar: nem toda Europa era protestante. Segundo: o capitalismo está muito mais ligado ao mercantilismo, do que a vida religiosa de protestantes da Alemanha. E terceiro: tal afirmação faz uma supervalorização da superestrutura em detrimento da base (economia). Logo, não conseguimos enxergar o nascimento do capetalismo aliado a “ética protestante”.
Mas, mais infeliz ainda que o próprio Weber, são os interpretes do próprio. É comum lermos comentários sobre Weber e encontramos esse tipo de afirmação. E em um livro didático de filosofia que lecionei no primeiro ano do ensino médio este ano, dizia o seguinte:
“No Calvinismo, houve uma associação entre o acúmulo de riquezas e a salvação religiosa. Para os calvinistas, o sucesso financeiro era sinônimo de redenção. Governo e religião incitavam as pessoas a ser economicamente bem sucedidas”. (BARBOSA, Josane. & JULK, Joelson. – 2010, p. 16-17 – Dom Bosco).
Absolutamente, Calvino nunca disse isso! Ou seja, a doutrina calvinista diz que: “...o homem foi tão afetado pela queda que é totalmente incapaz de fazer qualquer bem espiritual e é, portanto, impossível que ele faça algo de si mesmo que contribua para a sua salvação. O homem não regenerado está espiritual e pactualmente morto e não pode entender a verdade espiritual. Ele, portanto, não tem capacidade de escolher a Deus”. A questão financeira nunca esteve aliada ao conceito de salvação, pelo menos em Calvino.
Essa deturpação histórica e doutrinaria tem trazido algumas heresias para a Igreja Cristã, a partir da idéia de que ao eu ser ”salvo”, certamente ficarei rico. E o que dizer do próprio Cristo: “E disse-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lc. 9.58), bom, se a interpretação dos interpretes de Weber estivesse correta, o que diríamos do filho de Deus, ao mencionar o versículo acima? É por essas e outras, que o sincretismo religioso tem adentrado os templos evangélicos, e adulterado a legitima mensagem do evangelho de Cristo, tornando-o um simples modo de ascensão material.
O Apóstolo Paulo vai concluir dizendo: “Se esperamos em Cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1. Co. 15.19).
Deus nos Abencoe!
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” – João 8.32
sábado, 27 de novembro de 2010
O SÁBADO SENDO SABATINADO EM UM DIA DE SÁBADO!
O antigo
testamento possui 613 mandamentos que compõem os cinco primeiros livros da
bíblia, também conhecido em hebraico porTorá,
e em grego porPentateuco. As
leis mais detalhadas do antigo testamento estão nos livros do Êxodo, Levítico e
Deuteronômio.
No Antigo
testamento, Deus apresenta-se ao povo como o Deus desconhecido “Eu sou”, e
começa a dar diretrizes básicas para a vida social, civil e religiosa do povo
de Israel. As primeiras leis foram dadas por Deus, como os 10 mandamentos
(Êxodo 20), por intermédio do profeta Moisés. Após o decálogo (10 mandamentos),
Moisés continua a elaborar as leis que norteariam a vida do povo de Israel.
Vale lembrar, que boa parte destas leis contidas principalmente em Levítico,
foram adaptadas da antiga e primeira lei da humanidade, conhecida comoLei de Talião (ou Código de Hamurabi),
ex: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,; Ex. 21.24”.
Para toda
e qualquer ação do ser humano havia uma lei, desde suas necessidades
fisiológicas, a vida religiosa. Mas a grande temática desta lei, era sem dúvida
em relação a vida religiosa, pois cumprir a Lei era sinônimo de bênçãos,
Deuteronômio 28 “E SERÁ que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado
de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus
te exaltará sobre todas as nações da terra.” O grande problema de Israel foi
realmente esse, de não cumprir os mandamentos de Deus, no tocante a fidelidade
para com Ele. O mandamento mais descumprido do A. T., foi sem dúvida o do Êxodo
20.3.4.5, ou seja, ora o povo de Israel servia a Deus, ora servia a outros
deuses e se inclinavam após eles, e desta forma vinha o juízo de Deus sobre o
povo de Israel. Se fossemos resumir a história de Israel no A. T. seria esta:
Ora o povo estava servindo e sendo fiel a Deus, e sendo abençoado por Ele; ora
estava servindo a outrosdeusese sendo castigado por Deus (YAWEH,
JEOVÀ). Em todo o A. T., vemos a mesma história, “e fez o que era mal aos olhos
do Senhor”, consulte o livro das Crônicas.
Assim sendo,
todo e qualquer bom judeu ou israelita deveria guardar a lei, pois era
indispensável para servir a Deus. E hoje, guardamos a Lei? É preciso? Todos os
mandamentos? Alguns? Quais? Por quê?
Vejamos:
Jesus
disse: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim
revogar, mas cumprir." (Mateus 5: 17). Jesus sendo judeu (Jo 4.22) era
óbvio que deveria cumprir a lei, e o que de fato fez. Mas a grande temática do
Novo Testamento é: A Lei x a Graça, ou seja, Jesus veio inaugurar o Reino de Deus
ou o Reino dos Céus, confrontando aspectos da Lei sob a tutela dosFariseus. Os Fariseus eram os
religiosos da época (sacerdotes), que tinham as obrigações para com o templo, e
logo com a Lei de Moisés. O grande problema é que os sacerdotes (Fariseus) não
entenderam, não conheceram o reino messiânico e nem aceitaram Jesus como o
Messias esperado (Salvador). Desde o gênesis as profecias apontavam para Jesus
Cristo, como sendo o Messias (Salvador)"O
SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu;
a ele ouvireis;" (Deuteronômio 18:15), mas por um propósito divino a
classe sacerdotal não aceitou Cristo como messias, e logo o condenaram, bem
como suas práticas e suas doutrinas,"A
este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus,
prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;" (Atos 2 :
23).
Desta
forma, Jesus tornou-se um inimigo dos Fariseus, pois interpretavam que Jesus
não era de fato o Cristo, por isso perseguiam-no tentando achar ocasião par
incriminá-lo, para que Este fosse crucificado.“Dize-nos, pois, que te parece? É
lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia,
disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E
eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta
inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o
que é de César, e a Deus o que é de Deus. E eles, ouvindo isto,
maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram” Mt 22.17.22.As passagens são inúmeras onde
retratam o confronto entre Jesus e os Escribas e Fariseus, e Jesus condenou
veemente a conduta dessas classes, pois eram homens que não viviam o que
pregavam, ou seja, eram os hipócritas, cobravam toda a Lei do povo (fardo
pesado), mas eles não cumpriam a Lei como deveriam."Mas ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós
entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por
isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o
terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós”. (Mt.
23.13-15).Assim, para nós hoje,
o termo“Fariseu”tornou-se uma conotação má
(pejorativo), ou seja, se alguém nos chamar de Fariseu, está nos dizendo que
não vivemos o que pregamos.
Nos
evangelhos então vemos a disputa entre Jesus e os Fariseus. Jesus de um lado
mostrando empiricamente que era oFilho
do Homem; e os Fariseus do outro cobrando uma exaustiva Lei de 613 mandamentos
que nem eles mesmos cumpriam, mas que cobravam do povo. Assim, qualquer ação de
Jesus que não estivesse em consonância com a Lei seria considerada uma
blasfêmia para os Fariseus. Os Fariseus cobravam a Lei, e Jesus cobrava o Amor.
Logo, a
situação em questão aqui é a doSábado.
Elemento da Lei, que deveria ser cumprido à risca no qual Jesus encontrou
problema:
“NAQUELE
tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo
fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo isto,
disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num
sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve
fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os
pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam,
mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os
sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que
está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa:
Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o
Filho do homem até do sábado é Senhor. E, partindo dali, chegou à sinagoga
deles. E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o
acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes
disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela
cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um
homem do que uma ovelha? É, por conseqüência, lícito fazer bem nos sábados.
Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como
a outra. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o
matarem”. Mt.12.1-14.
Jesus não
estava dizendo que a Lei era má, ou que Ele queria revogar o cumprimento de se
guardar o sábado, Ele queria dizer que o Amor a Deus e ao próximo, era maior
que o sábado, e que boas ações como a demonstração de Amor ao próximo eram
feitas também no sábado, e eram condenadas pelos Fariseus. Jesus disse:“Todas as coisas me foram entregues por meu
Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o
Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso
para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”
Mt.11.27-30.OFardo qual Jesus se referia era
justamente o da Lei, ou seja, os Fariseus colocavam um fardo pesadíssimo
(cobrança da Lei) ao povo, e não viviam o Amor a Deus e ao Próximo.
“E um
deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo: Mestre,
qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus
de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é
o primeiro e grande mandamento.E
o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes
dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” Mt 22.35-40.Aqui está o tema central do Novo
Testamento, que os Fariseus não entenderam nem aceitaram, nem mesmo ainda hoje,
alguns de nós.
Paulo vai
dizer:“IRMÃOS, o bom desejo do
meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou
testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não
conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça,
não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça
de todo aquele que crê” Romanos 10.1-4.Paulo
demonstra que os judeus não conheceram a justiça de Deus através de Cristo, e
enfatiza:o fim da lei é Cristo.
Se a
bíblia afirma que o fim da Lei é Cristo, porque então devemos guardar a Lei? E
se guardamos, guardamos toda a Lei? Ou somente alguns aspectos da Lei. Tiago
afirma:"Porque qualquer que
guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de
todos." (Tiago 2:10). Se queremos observar a Lei, devemos cumprir todos os
613 mandamentos que nela contém, senão seremos culpados de todos.
>Se
queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos
demais mandamentos como: “Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de
sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que
a tocar, será imundo até à tarde. E tudo aquilo sobre o que ela se deitar
durante a sua separação, será imundo; e tudo sobre o que se assentar, será
imundo”. Lv 15.19-20.A mulher no
A. T., no seu período menstrual deveria se retirar-se por 7 dias do arraial,
até que acabasse seu ciclo, pois era considerada imunda. Logo, se cumprimos a
Lei hoje, toda mulher em seu período menstrual, deve se retirar de casa.
>Se
queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos
demais mandamentos como: “E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do
seu prepúcio”. Lv. 12.3.Logo, se
cumprimos a Lei hoje, toda a criança deve ser circuncidada (semelhante a
operação de fimose) ao oitavo dia.
>Se
queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos
demais mandamentos como:“Quando
alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à
voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, Então seu pai e sua
mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu
lugar; E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz,
não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão. Então todos os homens
da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e
todo o Israel ouvirá e temerá. Dt 21.20-21. Logo, se cumprimos a Lei hoje, o
que seriam dos filhos de hoje?
>Se queremos guardar a Lei, então não
só podemos guardar o sábado e esquecer dos demais mandamentos como: “Também o
homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do
seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera” Lv. 20.10. Logo, se
cumprimos a Lei hoje, o que seriam das traições? Compare o que Jesus fez em
João 8.1-11.
Os
exemplos são inúmeros, e gastaríamos tempo e papel para descrevê-los. O fato é
que estamos vivendo no tempo da graça e queremos novamente voltar a Lei. Paulo
diz:“Todos aqueles, pois, que
são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito
todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro
da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado
diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Gl 3.10-11.Continua:“ESTAI, pois, firmes na liberdade com
que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da
servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo
de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa
circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. “Separados estais de
Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído”. Gl.
5.1-4. A carta aos Gálatas
resume todo nosso pensamento, e vale apena ler e analisar o que Paulo estava
combatendo.
"E Jesus, Respondendo,
disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não conhecerdes as Escrituras
nem o poder de Deus?" - Mc. 12.24 - Deus nos abencoe!
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
A ESPIRITUALIDADE SEM O ESPÍRITO!
Em pleno século XXI, estamos vendo um grande crescimento das religiões e das religiosidades. O fenômeno religioso pulula diariamente na sociedade que se diz racionalista, cética, agnóstica, evolucionista, desenvolvida, e se queremos ainda, pós-moderna. Assim, vemos que ainda não foi possível a morte de Deus, e que este continua vivo, e representado nas mais diversas formas e conteúdos. Desta forma concordamos com Vieira quando diz:
“Um número cada vez maior de pessoas tem procurado redimensionar, em nossos dias, o seu lado religioso e místico, resultado muito provável da ressacralização do Ocidente. Mudam-se as vestes, mas brota a questão urgente da religião e de um desejo profundo de encontrar-se com e, se possível, no sagrado. O homem parece não conseguir desvencilhar-se do velho fascínio pelo evento religioso e mágico. Quando parecia que Deus havia mesmo morrido e que a religião acabaria, novos deuses e demônios e um novo e desconhecido fervor religioso invadiu a sociedade que se imaginava secularizada”[1].
A não ser nos meios universitários, raramente vemos alguém dizer que é Ateu. E este mesmo ainda assim tem algum tipo de fé, como: Acredita que Deus não existe, logo tem fé no seu ateísmo. Mas não é sobre estes que nos preocupamos, mas sim, com uma classe que diz “espiritual”. Pesquisas nos dizem que há um grande crescimento da religião e da religiosidade principalmente entre os jovens. O fenômeno religioso tem ganhado uma nova roupagem, sendo ressignificado e abrangendo todas as camadas sociais, desde a elite aos mais pobres. Verifica-se também, uma grande quantidade de literatura sendo publicada e consumida. Em nosso pleito entre os presidenciáveis, vimos o caráter religioso mais uma vez tendo participação com figuras que nada tinham de “espirituais”.
É comum vermos dizeres em carros, orkuts, msns, como: “O senhor é meu Pastor e nada me faltará”; ou o mais clássico, “Tudo posso naquele que me fortalece”. E quando conversamos com esse tipo de “espiritual” sua linguagem é carregada do jargão religioso: “é benção pura”; “Deus está comigo” etc., e que acaba por legitimar sua expressão como tal. E justamente aqui está o ponto central de nossa reflexão: O paradoxo da Espiritualidade sem o Espírito.
A primeira carta de João cap.2.4 nos diz: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. Está nascendo uma geração que conhece a Deus somente de ouvir falar, mas que não conseguem verdadeiramente ver a Ele, pois se conhecessem teriam uma nova e transformada vida.
O Pr. Jeremias Pereira da oitava Igreja Presbiteriana de BH, conta um fato em que um Tenente da PM (membro da sua igreja), foi chamado para conter uma briga entre as torcidas do Atlético e do Cruzeiro. Com a chegada da polícia no local, os torcedores correram para os ônibus, e ao entrar em um, o Tenente teve uma surpresa, depois do quebra-pau estavam todos cantando alegremente: “Entra na minha casa, entra na minha vida, meche com minha estrutura, sara todas as feridas, me ensina a ter santidade....” (música do Régis Danese).
Esse é um dos exemplos que temos visto a expressão de uma espiritualidade sem o espírito. O Profeta Isaías no cap. 29.13 nos adverte: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído”. Falar de Jesus é muito fácil, qualquer um fala, mas obedecer e ser fiel aos seus mandamentos, é o grande desafio a essa geração que se diz “espiritual”. E a esses o próprio Cristo conheceu e conhece muito bem, e chama-os de Hipócritas e Fariseus, ou seja, aqueles que não vivem o que pregam. Mas o leitor conhece mais prontamente pela versão popular: “Faça o que falo, mas não faça o que eu faço”. A verdadeira espiritualidade consiste em: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” Jo 14.21.
Para que Deus realmente resplandeça em nossa vida, há de convir que de uma mesma fonte não pode jorrar água limpa e água suja, pois o Espírito de Deus não habita em templos (corpos) sujos.
[1] VIEIRA, Samuel. O Império gnóstico Contra-Ataca. Ed. Cultura Cristã, 1999. p. 80. São Paulo-SP.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
MEU BEN(S), MEU MAL
Nos oito anos de governo do grande molusco (lula), foi perceptível a mudança que o país teve, e no governo Dilma Roussef "parece" que se dá o mesmo. Com o crescimento da economia o Brasil está se saindo bem na foto, não só aqui dentro como lá fora. No fórum de Davos na Suíça o Brasil foi considerado um dos principais países emergentes e, segundo analistas, em 2025 o Brasil estará entre as principais potências mundiais.
Por aqui nota-se que muitas coisas mudaram, como o poder de compra da classe pobre e média. Coisas que até pouco tempo não se via facilmente, está se tornando normal em nosso meio, como computador, DVD, celular, eletroeletrônicos em geral, sem esquecer-se do carro novo. O que mudou? A inflação estabilizou-se? O brasileiro está ganhando mais? Está gastando mais? Penso que um pouco de cada coisa.Uma das grandes mudanças que se tem observado é a facilidade de compra que o brasileiro está tendo, antes quando este queria comprar um automóvel ou imóvel passava por grandes burocracias que muitas vezes o impedia de realizar a compra. Mas hoje em dia, basta ter um CPF “limpo”, que você já sai de carro novo e o que bem quiser comprar.
Esse poder de compra trouxe algumas consequências, e o que temos visto é uma população endividada e arrependida pelas “aquisições” que fez[1]. Esse poder alimentou ainda mais o capetalismo e está dividindo ainda mais o Brasil em classes, pois o assunto do momento é que a cada dia mais pessoas estão saindo da classe média e se tornando os novos milionários do Brasil. E a principal meta que se vê é de manter esse poder (ostentação), trazendo um “uau” quando eu passo com meu carro importado.
Essa manutenção da compra é um engodo, e tem criado uma realidade no que concerne a felicidade. A máquina capitalista nos diz que para sermos felizes devemos adquirir determinados bens ou produtos, e quando não conseguimos nos sentimos frustrados, pois a pergunta logo vem: Porque fulano pode e eu não?
Começo a perceber que a noção de felicidade que estamos tendo no século XXI, está intimamente ligada a questões materiais. Conseguimos perceber bem fácil, quando assistimos aos programas de televisão como: “construindo um sonho”, “lar doce lar” etc.. A expressão que se tem quando o indivíduo recebe esse bem é que era exatamente isso que lhe faltava para a felicidade, e que a partir de agora sua vida mudará. Logo, nossa felicidade será pautada no que posso conseguir ou não, e quando não, me torno infeliz e frustrado.
Seria hipocrisia dizer que não gostamos de bens, de coisas boas, eu também gosto, mas isto não pode ser o fim único da vida, isto absolutamente não é o que dá sentido a ela. Podemos sim possuir riquezas, mas não as riquezas nos possuir.Timóteo conclui: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” Tm. 6.10.
Que Deus nos dê sabedoria para viver!
[1] Segundo pesquisas, mais de 50% da população está endividada, e 70% da frota de carros do Brasil são financiados.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
TA RECLAMANDO DO QUÊ?
" Tá " Reclamando do Lula? do Serra? da Dilma? do Arruda? do Sarney? do Collor? Do Renan? do Palocci? do Delubio? Da Roseanne Sarney? Dos politicos distritais de Brasilia? do Jucá? do Kassab? dos mais 300 picaretas do
Congresso? E você?
O Brasileiro é assim:
1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
7. - Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.
8. - Viola a lei do silêncio.
9. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
10. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas
desculpas.
11. - Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
12. - Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao
trabalho.
13. - Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.
14. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado,
muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
15. - Compra recibo para abater na declaração do imposto de
renda para pagar menos imposto.
16. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através
do sistema de cotas.
17. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10
pede nota fiscal de 20.
18. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
19. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
20. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.
21. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são
pirata.
22. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
23. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da
roleta do ônibus, sem pagar passagem.
24. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
25. - Freqüenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
26. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como
clipes, envelopes, canetas, lápis.... como se isso não fosse roubo.
27. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que
recebe das empresas onde trabalha.
28. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que
ainda não foi inventado.
29. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o
fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
30. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes
não devolve.
E quer que os políticos sejam honestos...
Escandaliza-se com a farra das passagens aéreas...
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não?
Brasileiro reclama de quê, afinal?
E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma
mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!
Vamos dar o bom exemplo!
* EXTRAÍDO DE EMAIL CIRCULANTE!
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
MANIQUEÍSMO MODERNO: A DEMONIZAÇÃO DA POLÍTICA!
Nosso “amigo” Ari, o Aristóteles dizia que o homem é por natureza um animal político, um ser social. E por política encontramos as seguintes definições:
“A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".[2]”.
Ora, mesmo gostando ou não, se envolvendo ou não, o ser humano é político, ou seja, vive em sociedade em sua pólis moderna. Isso equivale dizer que o homem tem por obrigação como cidadão que é, fazer parte da política nem que seja somente com seu voto.
Mas, em nosso contexto brasileiro em toda época de eleições a história se repete, e sem saber em quem votar, queremos descobrir quem são os bons e maus políticos, partidos etc. Mas a questão política vai muito além da metafísica, passa da base para a superestrutura, e logo começamos a conceituar partidos e políticos que fazem parte do bem e do mal.
Por quê?
Essa situação é bem mais antiga do que se pensa, desde os tempos mais remotos vemos pessoas querendo situar coisas nas esferas do bem e do mal. O próprio Cristo foi ridicularizado por escribas e fariseus ao ser acusado de possuir demônio (belzebu). Agostinho chegou a escrever a “Cidade de Deus”, e a “Cidade dos Homens”, mais uma vez situando as essas possíveis diferenças. Sem ainda esquecer do inferno Dantesco rs...
Mas a demonização da política nasce e se fortalece pós-segunda guerra mundial, com a bipolarização do mundo. O velho Joseph McCarthy foi um dos grandes responsáveis em propagandear que o Comunismo era do mal, e o Capitalismo era do bem. Desta forma, se desencadeou no mundo um verdadeiro “caça as bruxas”, a todos que simpatizavam pela esquerda política. O discurso anticomunista é verificado em filmes do pós-guerra, livros, ações militares etc. E essa ideologia veio alimentar e dar respaldo a famosa Ditadura Militar Brasileira.
Apologia à esquerda?
De forma nenhuma. Quero em poucas palavras demonstrar que com todos os problemas que os partidos tem, a demonização sempre será sobre os partidos de esquerda, pois carregam a fama de serem ateus, e de reprimir o evangelho nos regimes totalitários, o que é uma grande verdade.
Contudo, nós como Cristãos, sendo protestantes ou católicos, devemos nos situar em meio essa luta. É gratificante ver a preocupação que as igrejas estão tendo em relação a sua fé, e suas doutrinas. Mas é triste vermos os mesmos líderes e igrejas perpetuarem essa luta do bem contra o mal (maniqueísmo), tirando a soberania de Deus, ou querendo dar uma mãozinha para ELE a como melhor governar nesta política do Brasil e mundo. É válida nossa intenção a preservar a ética e moral cristãs, mas deixemos Deus ser Deus, deixemos a sua palavra se cumprir na integra. Ou seja, “Por se multiplicar a iniqüidade o amor de muitos esfriará” Mt. 24.12. Isso, não quer dizer que nós devamos votar em qualquer um, votar sem responsabilidade. Uma coisa deve ficar clara, estamos vivendo somente o princípio do fim, coisas piores virão, e o meu e o seu voto, não impedirão da palavra de Deus se cumprir.
Deus é soberano em todas as coisas, e sua palavra diz:
“TODA a alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação” Rm 13.1-2.
Ganhe o PT, ou ganhe o PSDB, Deus continuará no controle da história e da vida humanas. Não limitemos o poder de Deus, ELE é o Todo Poderoso, e não existe um luta entre o bem e o mal, Deus Reina sobre todas as coisas, pelo século dos séculos.
Amém! Deus nos abençoe
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
A MORTE: ÚNICA FILA EM QUE TODOS QUEREM FICAR POR ÚLTIMO
“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração”. Ecl.7.2
Nosso velho conhecido Salomão já nos advertiu no livro do Eclesiastes que é melhor estar em um velório do que em uma festa. Premissa paradoxal para quem está acostumado a participar em grandes e belas festas. A festa é um momento de alegria, descontração, de exaltação do espírito, de extravasar aquilo que está reprimido, e em uma linguagem bem rasteira e coloquial: soltar a franga.
Quem não gosta de alegria? Todos gostam! Mas o mesmo Salomão nos adverte e chama de tolo ou também traduzido como insensato, aqueles que estão em festa: “O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria” Ecl. 7.4. Que negócio esquisito...
Hoje no e após um velório de um ente querido, em que tive o privilégio de ministrar a palavra no culto fúnebre, comecei a refletir sobre a morte e a pós-morte. O que é a vida? O que é a morte? O que será depois da morte? Essas indagações nos assaltam somente em um momento como esse, ou seja: O luto. E ao olhar os rostos lacrimejantes, as exclamações e comentários de todos os envolvidos, como: “ele descansou”; “partiu dessa para uma melhor”; “Deus quis assim” ou ainda “chegou à hora dele”, chego à conclusão que um velório de fato é um bom lugar para se pensar no propósito da vida, em nossa existência, pois estamos desarmados, e desta forma nos projetamos no falecido, olhamos para o caixão e logo imaginamos que amanhã seremos nós.
Nossa percepção da vida torna-se apurada, nos remetemos à infância, ao saudosismo, as lembranças mais remotas que nos levam as lágrimas, pois a questão patente é, amanhã estarei aqui? Vivi bem? Estou vivendo bem? E a propósito, o que é viver bem? Assim, vemos que a vida passa rápido, muito rápido, e quando nos damos conta, já estamos terminando nossa vida, e não conseguimos contemplar o belo, o amor, uma criança que mama, a natureza provida por Deus, o céu azul, enfim, a vida passou e eu fiquei na janela olhando para vida.
Certamente bom é estarmos em uma festa, mas melhor mesmo é o conselho do velho Salomão: “é melhor estarmos em um lugar onde a luto”, pois pelo menos por um breve momento, refletimos sobre a vida, e como seremos após ela.
Obrigado!
sábado, 2 de outubro de 2010
NOSSA LUTA É CONTRA QUEM?
Certamente você teve, ou ainda tem um super-herói. O super-herói da minha vida foi sem dúvida o Jaspion (personagem dos desenhos japoneses da década de 80), não perdia nenhum episódio, pois precisava saber como estava o andamento das lutas do meu campeão, como estava o conserto do robô Daileon, pois constantemente estava sendo atingido por Satan goss. Mesmo sabendo que tudo aquilo era um seriado da televisão, eu não conseguia desvincular a possibilidade de não ser real. Isso se deve a ingenuidade da imaginação de quando se é criança. Isso era tão fato, que confesso ao leitor que um dia cheguei a chorar, quando o Jaspion foi morto pela mão do seu arquiinimigo: o McGaren. Neste seriado, estava muito fácil e claro saber, Quem lutava contra quem: Jaspion e seu robô Daileon, lutavam contra McGaren e Satan goss.
Contudo, em nossos dias não sabemos contra quem é nossa luta. O Apostolo Paulo vai dizer: “porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef. 6.12 - ARA). Pelas palavras gregas ai-ma kai. sa,rka (aima) e (sárka) entendemos literalmente: “sangue humano”; e “carne o corpo físico, a natureza humana”. Os mesmos termos aparecem na versão grega Septuaginta: “És agora, pois, maldito por sobre a terra, cuja boca se abriu para receber de tuas mãos o sangue (ai-ma) de teu irmão” (Gn. 4.11 – ARA); e ainda “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne” (sa,rka) (Gn. 2:21 – ARA). Se nossa luta então não é contra o sangue e a carne, é sem dúvida contra: avrca,j (árxás); kosmokra,toraj (kosmokrátoras); sko,touj (skótous); pneumatika. (pneumatiká); e ponhri,aj (ponerías). Note que o apóstolo reforça as palavras que giram em torno de um mesmo significado: “autoridade governante”; “governante do mundo“; “trevas, o pecado, o mal”; “espiritual”; “coisa espiritual”; “sobrenatural”.OuviLer foneticamente Hendriksen conclui:
“[.] é contra uma hoste extraterrena inumerável de espíritos malignos: o diabo pessoalmente e todos os demônios sob seu controle, sim, é contra eles que guerreamos. Esses anjos caídos são aqui caracterizados como “principados” e “autoridades”; como “governantes mundiais dessas trevas”; como as forças espirituais do mal nas regiões celestes”. (HENDRIKSEN, 2005, p. 323)
Identificamos então que não lutamos com o palpável, com a matéria e sim com o abstrato o metafísico, o sobrenatural, ou seja, o reino do mal.
O FOCO DA NOSSA LUTA FOI DESVIADO
Deixamos de lutar contra o verdadeiro inimigo e arranjamos outros oponentes, que temos identificado com grande facilidade. Eles estão em nossas cidades, em nossos presbitérios, em nossa denominação, enfim no Brasil. Nossos inimigos são formados a partir do momento que suas igrejas crescem mais que a nossa; quando estão construindo um templo maior que o nosso; quando suas doutrinas aos nossos olhos se tornam heresias, etc. Tem sido cada vez mais comum, pastores que se identificam como “irmãos”, tornarem-se inimigos por causa de questões eclesiásticas, e quem arca com prejuízo é o Reino de Deus.
O individualismo, a necessidade de poder neste mundo pós-moderno (se queremos assim), tem desviado o foco de muitos líderes evangélicos que conhecemos e tem os tornado rivais uns dos outros. Não conseguimos entender que evangelho é esse que tem sido pregado? Pois o evangelho de Cristo não é intolerante, não é preconceituoso (no sentido pejorativo), não é egoísta. Muito pelo contrário o evangelho ensinado por Jesus é altruísta, é acolhedor, é amor, mas também é ação, ou seja, é a identificação com os pecadores, com os que perecem, com o oprimido etc. O que se tem visto hoje em dia em muitas igrejas é uma “competição cristã” (se isto existe), e a busca pelas almas só tem vindo muitas vezes do aquário alheio. Quando uma igreja passa por um cisma estamos prontos a acolher os dissidentes com grande alegria: “aqui é o melhor lugar para você”, ao invés de nos compadecermos com a dor do pastor amigo. Mas quando o cisma é conosco, em muitas igrejas o buraco é mais embaixo, e os adeptos dos movimentos evangélicos modernos, muitas vezes proferem até mesmo maldições sobre aquele que está saindo, independente do motivo, como: “Se você sair debaixo da minha COBERTURA, você será amaldiçoado”, pois não existe igreja como a nossa. (Obs. In Loco).
Sejamos sinceros, isso é Reino de Deus? Paulo vai dizer aos Gálatas: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (3.28).A única luta que a igreja deve ter é pela sua unidade, pelo Reino de Deus, e contra o reino das trevas, já que sabemos que “Nossa luta não é contra carne e o sangue”.