sábado, 27 de novembro de 2010

O SÁBADO SENDO SABATINADO EM UM DIA DE SÁBADO!

O antigo testamento possui 613 mandamentos que compõem os cinco primeiros livros da bíblia, também conhecido em hebraico por Torá, e em grego por Pentateuco. As leis mais detalhadas do antigo testamento estão nos livros do Êxodo, Levítico e Deuteronômio.

No Antigo testamento, Deus apresenta-se ao povo como o Deus desconhecido “Eu sou”, e começa a dar diretrizes básicas para a vida social, civil e religiosa do povo de Israel. As primeiras leis foram dadas por Deus, como os 10 mandamentos (Êxodo 20), por intermédio do profeta Moisés. Após o decálogo (10 mandamentos), Moisés continua a elaborar as leis que norteariam a vida do povo de Israel. Vale lembrar, que boa parte destas leis contidas principalmente em Levítico, foram adaptadas da antiga e primeira lei da humanidade, conhecida como Lei de Talião (ou Código de Hamurabi), ex: “Olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé,; Ex. 21.24”.

Para toda e qualquer ação do ser humano havia uma lei, desde suas necessidades fisiológicas, a vida religiosa. Mas a grande temática desta lei, era sem dúvida em relação a vida religiosa, pois cumprir a Lei era sinônimo de bênçãos, Deuteronômio 28 “E SERÁ que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra.” O grande problema de Israel foi realmente esse, de não cumprir os mandamentos de Deus, no tocante a fidelidade para com Ele. O mandamento mais descumprido do A. T., foi sem dúvida o do Êxodo 20.3.4.5, ou seja, ora o povo de Israel servia a Deus, ora servia a outros deuses e se inclinavam após eles, e desta forma vinha o juízo de Deus sobre o povo de Israel. Se fossemos resumir a história de Israel no A. T. seria esta: Ora o povo estava servindo e sendo fiel a Deus, e sendo abençoado por Ele; ora estava servindo a outros deuses e sendo castigado por Deus (YAWEH, JEOVÀ). Em todo o A. T., vemos a mesma história, “e fez o que era mal aos olhos do Senhor”, consulte o livro das Crônicas.
Assim sendo, todo e qualquer bom judeu ou israelita deveria guardar a lei, pois era indispensável para servir a Deus. E hoje, guardamos a Lei? É preciso? Todos os mandamentos? Alguns? Quais? Por quê?

Vejamos:

Jesus disse: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim revogar, mas cumprir." (Mateus 5: 17). Jesus sendo judeu (Jo 4.22) era óbvio que deveria cumprir a lei, e o que de fato fez. Mas a grande temática do Novo Testamento é: A Lei x a Graça, ou seja, Jesus veio inaugurar o Reino de Deus ou o Reino dos Céus, confrontando aspectos da Lei sob a tutela dos Fariseus. Os Fariseus eram os religiosos da época (sacerdotes), que tinham as obrigações para com o templo, e logo com a Lei de Moisés. O grande problema é que os sacerdotes (Fariseus) não entenderam, não conheceram o reino messiânico e nem aceitaram Jesus como o Messias esperado (Salvador). Desde o gênesis as profecias apontavam para Jesus Cristo, como sendo o Messias (Salvador) "O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;" (Deuteronômio 18:15), mas por um propósito divino a classe sacerdotal não aceitou Cristo como messias, e logo o condenaram, bem como suas práticas e suas doutrinas, "A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos;" (Atos 2 : 23).

Desta forma, Jesus tornou-se um inimigo dos Fariseus, pois interpretavam que Jesus não era de fato o Cristo, por isso perseguiam-no tentando achar ocasião par incriminá-lo, para que Este fosse crucificado. “Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou não? Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro. E ele diz-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição? Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram” Mt 22.17.22. As passagens são inúmeras onde retratam o confronto entre Jesus e os Escribas e Fariseus, e Jesus condenou veemente a conduta dessas classes, pois eram homens que não viviam o que pregavam, ou seja, eram os hipócritas, cobravam toda a Lei do povo (fardo pesado), mas eles não cumpriam a Lei como deveriam. "Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós”. (Mt. 23.13-15). Assim, para nós hoje, o termo “Fariseu” tornou-se uma conotação má (pejorativo), ou seja, se alguém nos chamar de Fariseu, está nos dizendo que não vivemos o que pregamos.

Nos evangelhos então vemos a disputa entre Jesus e os Fariseus. Jesus de um lado mostrando empiricamente que era o Filho do Homem; e os Fariseus do outro cobrando uma exaustiva Lei de 613 mandamentos que nem eles mesmos cumpriam, mas que cobravam do povo. Assim, qualquer ação de Jesus que não estivesse em consonância com a Lei seria considerada uma blasfêmia para os Fariseus. Os Fariseus cobravam a Lei, e Jesus cobrava o Amor.

Logo, a situação em questão aqui é a do Sábado. Elemento da Lei, que deveria ser cumprido à risca no qual Jesus encontrou problema:

 “NAQUELE tempo passou Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo isto, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor. E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: É lícito curar nos sábados? E ele lhes disse: Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por conseqüência, lícito fazer bem nos sábados. Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra.  E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem”. Mt.12.1-14.

Jesus não estava dizendo que a Lei era má, ou que Ele queria revogar o cumprimento de se guardar o sábado, Ele queria dizer que o Amor a Deus e ao próximo, era maior que o sábado, e que boas ações como a demonstração de Amor ao próximo eram feitas também no sábado, e eram condenadas pelos Fariseus. Jesus disse: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”  Mt.11.27-30. O Fardo  qual Jesus se referia era justamente o da Lei, ou seja, os Fariseus colocavam um fardo pesadíssimo (cobrança da Lei) ao povo, e não viviam o Amor a Deus e ao Próximo.

“E um deles, doutor da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:  Mestre, qual é o grande mandamento na lei? E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” Mt 22.35-40. Aqui está o tema central do Novo Testamento, que os Fariseus não entenderam nem aceitaram, nem mesmo ainda hoje, alguns de nós.

Paulo vai dizer: “IRMÃOS, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” Romanos 10.1-4. Paulo demonstra que os judeus não conheceram a justiça de Deus através de Cristo, e enfatiza: o fim da lei é Cristo.

Se a bíblia afirma que o fim da Lei é Cristo, porque então devemos guardar a Lei? E se guardamos, guardamos toda a Lei? Ou somente alguns aspectos da Lei. Tiago afirma: "Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos." (Tiago 2:10). Se queremos observar a Lei, devemos cumprir todos os 613 mandamentos que nela contém, senão seremos culpados de todos.  

> Se queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos demais mandamentos como: “Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que a tocar, será imundo até à tarde. E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua separação, será imundo; e tudo sobre o que se assentar, será imundo”. Lv 15.19-20. A mulher no A. T., no seu período menstrual deveria se retirar-se por 7 dias do arraial, até que acabasse seu ciclo, pois era considerada imunda. Logo, se cumprimos a Lei hoje, toda mulher em seu período menstrual, deve se retirar de casa.

> Se queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos demais mandamentos como: “E no dia oitavo se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio”. Lv. 12.3. Logo, se cumprimos a Lei hoje, toda a criança deve ser circuncidada (semelhante a operação de fimose) ao oitavo dia. 

> Se queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos demais mandamentos como: “Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá. Dt 21.20-21. Logo, se cumprimos a Lei hoje, o que seriam dos filhos de hoje?

> Se queremos guardar a Lei, então não só podemos guardar o sábado e esquecer dos demais mandamentos como: “Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera” Lv. 20.10. Logo, se cumprimos a Lei hoje, o que seriam das traições? Compare o que Jesus fez em João 8.1-11.

Os exemplos são inúmeros, e gastaríamos tempo e papel para descrevê-los. O fato é que estamos vivendo no tempo da graça e queremos novamente voltar a Lei. Paulo diz: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las. E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé. Gl 3.10-11. Continua: “ESTAI, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído”. Gl. 5.1-4.  A carta aos Gálatas resume todo nosso pensamento, e vale apena ler e analisar o que Paulo estava combatendo.
"E Jesus, Respondendo, disse-lhes: Porventura não errais vós em razão de não conhecerdes as Escrituras nem o poder de Deus?" - Mc. 12.24 -  Deus nos abencoe!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A ESPIRITUALIDADE SEM O ESPÍRITO!

Em pleno século XXI, estamos vendo um grande crescimento das religiões e das religiosidades. O fenômeno religioso pulula diariamente na sociedade que se diz racionalista, cética, agnóstica, evolucionista, desenvolvida, e se queremos ainda, pós-moderna. Assim, vemos que ainda não foi possível a morte de Deus, e que este continua vivo, e representado nas mais diversas formas e conteúdos. Desta forma concordamos com Vieira quando diz:
           
“Um número cada vez maior de pessoas tem procurado redimensionar, em nossos dias, o seu lado religioso e místico, resultado muito provável da ressacralização do Ocidente. Mudam-se as vestes, mas brota a questão urgente da religião e de um desejo profundo de encontrar-se com e, se possível, no sagrado. O homem parece não conseguir desvencilhar-se do velho fascínio pelo evento religioso e mágico. Quando parecia que Deus havia mesmo morrido e que a religião acabaria, novos deuses e demônios e um novo e desconhecido fervor religioso invadiu a sociedade que se imaginava secularizada”[1].

            A não ser nos meios universitários, raramente vemos alguém dizer que é Ateu. E este mesmo ainda assim tem algum tipo de fé, como: Acredita que Deus não existe, logo tem no seu ateísmo. Mas não é sobre estes que nos preocupamos, mas sim, com uma classe que diz “espiritual”. Pesquisas nos dizem que há um grande crescimento da religião e da religiosidade principalmente entre os jovens. O fenômeno religioso tem ganhado uma nova roupagem, sendo ressignificado e abrangendo todas as camadas sociais, desde a elite aos mais pobres. Verifica-se também, uma grande quantidade de literatura sendo publicada e consumida. Em nosso pleito entre os presidenciáveis, vimos o caráter religioso mais uma vez tendo participação com figuras que nada tinham de “espirituais”.
            É comum vermos dizeres em carros, orkuts, msns, como: “O senhor é meu Pastor e nada me faltará”; ou o mais clássico, “Tudo posso naquele que me fortalece”. E quando conversamos com esse tipo de “espiritual” sua linguagem é carregada do jargão religioso: “é benção pura”; “Deus está comigo” etc., e que acaba por legitimar sua expressão como tal. E justamente aqui está o ponto central de nossa reflexão: O paradoxo da Espiritualidade sem o Espírito.
A primeira carta de João cap.2.4 nos diz: “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade”. Está nascendo uma geração que conhece a Deus somente de ouvir falar, mas que não conseguem verdadeiramente ver a Ele, pois se conhecessem teriam uma nova e transformada vida.
            O Pr. Jeremias Pereira da oitava Igreja Presbiteriana de BH, conta um fato em que um Tenente da PM (membro da sua igreja), foi chamado para conter uma briga entre as torcidas do Atlético e do Cruzeiro. Com a chegada da polícia no local, os torcedores correram para os ônibus, e ao entrar em um, o Tenente teve uma surpresa, depois do quebra-pau estavam todos cantando alegremente: “Entra na minha casa, entra na minha vida, meche com minha estrutura, sara todas as feridas, me ensina a ter santidade....” (música do Régis Danese).
Esse é um dos exemplos que temos visto a expressão de uma espiritualidade sem o espírito. O Profeta Isaías no cap. 29.13 nos adverte: “Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca, e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído”. Falar de Jesus é muito fácil, qualquer um fala, mas obedecer e ser fiel aos seus mandamentos, é o grande desafio a essa geração que se diz “espiritual”. E a esses o próprio Cristo conheceu e conhece muito bem, e chama-os de Hipócritas e Fariseus, ou seja, aqueles que não vivem o que pregam. Mas o leitor conhece mais prontamente pela versão popular: “Faça o que falo, mas não faça o que eu faço”. A verdadeira espiritualidade consiste em: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele” Jo 14.21.
Para que Deus realmente resplandeça em nossa vida, há de convir que de uma mesma fonte não pode jorrar água limpa e água suja, pois o Espírito de Deus não habita em templos (corpos) sujos.

Deus nos abençoe!

*Esse texto foi Publicado recentemente pelo Jornal Aleluia: http://www.iprb.org.br/aleluia/jornalaleluia/jornal-do-mes.htm


[1] VIEIRA, Samuel. O Império gnóstico Contra-Ataca. Ed. Cultura Cristã, 1999. p. 80. São Paulo-SP.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

MEU BEN(S), MEU MAL


Nos oito anos de governo do grande molusco (lula), foi perceptível a mudança que o país teve, e no governo Dilma Roussef "parece" que se dá o mesmo. Com o crescimento da economia o Brasil está se saindo bem na foto, não só aqui dentro como lá fora. No fórum de Davos na Suíça o Brasil foi considerado um dos principais países emergentes e, segundo analistas, em 2025 o Brasil estará entre as principais potências mundiais.
 Por aqui nota-se que muitas coisas mudaram, como o poder de compra da classe pobre e média. Coisas que até pouco tempo não se via facilmente, está se tornando normal em nosso meio, como computador, DVD, celular, eletroeletrônicos em geral, sem esquecer-se do carro novo. O que mudou? A inflação estabilizou-se? O brasileiro está ganhando mais? Está gastando mais? Penso que um pouco de cada coisa.  Uma das grandes mudanças que se tem observado é a facilidade de compra que o brasileiro está tendo, antes quando este queria comprar um automóvel ou imóvel passava por grandes burocracias que muitas vezes o impedia de realizar a compra. Mas hoje em dia, basta ter um CPF “limpo”, que você já sai de carro novo e o que bem quiser comprar. 
Esse poder de compra trouxe algumas consequências, e o que temos visto é uma população endividada e arrependida pelas “aquisições” que fez[1]. Esse poder alimentou ainda mais o capetalismo e está dividindo ainda mais o Brasil em classes, pois o assunto do momento é que a cada dia mais pessoas estão saindo da classe média e se tornando os novos milionários do Brasil. E a principal meta que se vê é de manter esse poder (ostentação), trazendo um “uau” quando eu passo com meu carro importado. 
Essa manutenção da compra é um engodo, e tem criado uma realidade no que concerne a felicidade. A máquina capitalista nos diz que para sermos felizes devemos adquirir determinados bens ou produtos, e quando não conseguimos nos sentimos frustrados, pois a pergunta logo vem: Porque fulano pode e eu não? 
Começo a perceber que a noção de felicidade que estamos tendo no século XXI, está intimamente ligada a questões materiais. Conseguimos perceber bem fácil, quando assistimos aos programas de televisão como: “construindo um sonho”, “lar doce lar” etc.. A expressão que se tem quando o indivíduo recebe esse bem é que era exatamente isso que lhe faltava para a felicidade, e que a partir de agora sua vida mudará. Logo, nossa felicidade será pautada no que posso conseguir ou não, e quando não, me torno infeliz e frustrado. 
Seria hipocrisia dizer que não gostamos de bens, de coisas boas, eu também gosto, mas isto não pode ser o fim único da vida, isto absolutamente não é o que dá sentido a ela. Podemos sim possuir riquezas, mas não as riquezas nos possuir.     Timóteo conclui: Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” Tm. 6.10.
Que Deus nos dê sabedoria para viver!


[1] Segundo pesquisas, mais de 50% da população está endividada, e 70% da frota de carros do Brasil são financiados.

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