A NECESSIDADE DE PODER!
Um
dia quando estava pescando, parei para pensar nos gestos, falas e reações que
tinha ao pegar um peixe, exemplo: (hahaha te peguei safado, sabia que você não
escaparia, hahaha, pode avisar seus irmãos que vou pegar eles também!), isso
somado a toda euforia e êxtase possível. Já imaginou a cena? E se o peixe
tivesse raciocínio ele diria, quem é esse maluco?
Assim,
comecei a me perguntar por que eu gostava de pescar? E a partir desta indagação
nasceram outras perguntas semelhantes, como: Por que os homens gostam de caçar?
Por que os homens gostam de parecerem fortes, musculosos ou lutadores? Por que
os homens gostam de carros potentes e velozes? Por que os homens gostam de
ostentar riqueza e status social? Por que as mulheres gostam de parecerem
“turbinadas”, ou seja, siliconadas a ponto de serem chamadas de adjetivos como,
gostosas etc.?
Recorrendo a psicologia
encontrei um Österreicher (austríaco) chamado Alfred Adler, que elaborou
um conceito muito interessante chamado, “A necessidade de Poder”. Segundo Adler
o homem (ser humano) diariamente precisa do outro para se auto-afirmar, ou
seja, eu me completo com o outro. Não que eu dependa necessariamente do outro,
mas que para eu ser quem eu sou preciso de espectadores, ou seja, eu brincar sozinho não tem graça. Mas
quando mostro meus “brinquedos” ao
outro, recebo dele o que justamente preciso para me sentir bem, o famoso
UAUUUU. E quando recebo o desejado Uau, eu me realizo, e isso me torna aceito
com meus pares, e enfim, me sinto poderoso, e a necessidade de poder que tenho
é satisfeita.
A partir
disso, quando olho para as relações sociais de homens e mulheres de toda classe
social e faixa etária, percebo que a necessidade de poder está mais presente na
humanidade do que se imagina. Já cheguei a ouvir de um jovem: se para “fazer
moral é preciso usar drogas, então vou usar essa p....”. O que é fazer moral?
Me explica por favor! Esse é só um dos vários exemplos que se pode perceber, na
famosa “Sociedade do Espetáculo”.
Essa sociedade está sendo formada por pessoas que precisam utilizar-se de
qualquer mecanismo ou futilidade para parecer e ser aceito: Status (de qualquer
tipo, de qualquer mesmo); Força (o UFC é uma prova disso); Sexualidade (precisa
comentar?); Dinheiro (mesmo que não tiver, faz parecer ter); Objetos (carro,
casa, celular, roupa de grife etc.); e até mesmo o conhecimento (a busca pelo
conhecimento é uma forma de poder, eis a velha máxima: “saber é poder”).
Enfim, vivo não para mim, mas para o outro.
O importante é o que os outros vão pensar e falar, e que falem bem (por favor).
É mais ou menos assim: “Cara você viu o carro que o fulano comprou? Vi sim, que
loco meu, ele é muito fera... Se eu tivesse um carro daquele ein...”; ou ainda:
“Você viu a bolsa que a fulana comprou? Nossa, você não sabe quanto ela pagou?
Foi 2.500r$, nossssa, ai que sonho..., ai se eu tivesse uma!” A pergunta é: O
que mudaria? Faria o ser humano mais feliz, realizado ou completo? De forma
alguma, continuaria o mesmo, quem sabe até pior, a relevância é que receberei o
que preciso para viver, meu sonhado Uauuu, e quando o recebo, me sinto
poderoso(a).
O
poder sempre foi um bichinho que
existiu no inconsciente coletivo da humanidade. Por ele, reinos existiram e se
extinguiram; religiões se digladiaram; filósofos travaram acirradas disputas;
mulheres entraram e saíram da História; e o Nazismo quase.... Existe um velho
ditado: “Quer conhecer alguém, dê poder a ele”, existe um outro verdadeiro:
“Deus não dá asa a cobra”. É comum você ver pessoas comendo “ovo e arrotando
caviar”, ou seja, precisam sempre parecer, porque isso é o importante. A grande
mola propulsora deste tipo de atitude chama-se MÍDIA, e o que a caixinha quadrada (televisão) me diz, “digo sim senhor, não senhor”. A
grande maioria da humanidade é o seu produto final.
Infelizmente isso irá continuar, mas
cabe a mim e a você decidir quais são nossas prioridades, e o que de fato
preciso para viver, e me sentir bem. Já imaginou a possibilidade de só nos
sentirmos poderosos quando estivermos fazendo o bem ao próximo? A Justiça e
equidade? A verdade e a ética? O Amor e a compaixão? Me desculpe, mas eu ainda
acredito em valores eternos, ainda que pareçam utopias. Confesso, tenho uma necessidade
de poder: Poder ser, e não parecer...
“Eu
sei que ainda não sou quem eu deveria ser, mas também sei que não sou quem eu
era” – Martinho Lutero.
Obrigado!
Parabéns Pastor!! Infelizmente a humanidade em que vivemos tem buscado SOMENTE status!...Grandeza material que não levarão o indivíduo à lugar algum...Parabéns pelo conteúdo do texto. Abraços pra vc e sua família que tanto amo!
ResponderExcluirJá que é assim, então vamos lá: seu texto ficou "Uauuuuuuuu".
ResponderExcluirMuito bom. Parabéns!
Fantástico o texto... Sem esquecer daqueles que fazem de tudo pra estar sempre nas colunas sociais. Parabéns!!
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